A greve nacional iniciada à meia noite do dia de hoje pelos trabalhadores da Administração Pública reuniu, em frente ao edifício do Governo Regional, vários sindicatos, pese embora a manifestação não tenha concentrado muitos trabalhadores.
A explicação, segundo Alexandre Fernandes, coordenador da USAM, deve-se ao facto de "muitos trabalhadores estarem solidários com a greve, mas não podem dar-se ao luxo de perder um dia de trabalho e de subsídio de alimentação", tal o aumento do custo de vida.
Recorde-se que a greve nacional foi convocada pela Frente Comum e a paralisação de 24 horas acontece a uma semana da votação final da proposta de Orçamento de Estado para 2023. Os sindicatos reivindicam aumentos salariais imediatos na ordem dos 100 euros e aumento do salário mínimo nacional para os trabalhadores do setor para os 850 euros.
Alexandre Fernandes lembrou que, desde 2009, os trabalhadores da administração pública não têm aumentos salariais. "Estamos a perder três salários e meio nos últimos dez anos e, com as medidas propostas pelo Governo, são valores que de forma alguma vão compensar os custos da inflação e a perda do poder de compra".
Quando à greve na Madeira, os dados do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional dão conta que os concelhos do Funchal, Câmara de Lobos, Ponta o Sol e Calheta são os que tiveram maior adesão. Na capital madeirense, por exemplo, a remoção do lio noturno e limpeza urbana e lavagens noturnas registaram 50%, enquanto que, entre outros serviços, a secção administrativa do departamento do Ambiente atingiu os 90%.
Em Câmara de Lobos, a adesão esteve entre os 25% (jardineiros) e o 100% (serralharia), Ponta do Sol ficou sem recolha de lixo, porque a paralisação chegou aos 100% e os motoristas aos 90%. Na Calheta, vários serviços estão encerrados devido à greve, como os Serviços de águas, tesouraria e expediente.
Na Ribeira Brava, Porto Moniz, São Vicente e Machico, o STAL refere que a adesão no geral tem sido fraca. Em Santa Cruz, as tesourarias de Santa Cruz, Camacha e Caniço estão encerradas e o atendimento ao público registo 60% de adesão. No Porto Santo, a adesão no geral situa-se nos 25%.
Paula Abreu