A candidatura da CDU às Eleições Regionais insistiu hoje na luta contra os salários baixos, defendendo "que apesar do crescimento económico anunciado, a Madeira continua a ser a campeã dos baixos salários a nível nacional".
"Não podemos continuar na Região com um modelo económico assente nos baixos salários. Ouvimos diariamente notícias que apontam para o crescimento económico, que estamos perante os melhores anos de sempre nos sectores da hotelaria e da construção civil, que o PIB está a aumentar, que existe falta de mão de obra em sectores estratégicos da economia, mas não existe a valorização salarial de acordo com a actual realidade", afirmou o candidato Ricardo Lume.
Lume acusa o Governo Regional de "dualidade de critérios".
"Quando é para aumentar o salário dos trabalhadores os governantes dizem que é preciso questionar se os empresários têm capacidade de pagar tal aumento. Mas, quando os grandes grupos económicos aumentam os preços dos bens essenciais e dos combustíveis, aí já não é preciso perguntar aos consumidores, na sua grande maioria trabalhadores e pensionistas, se têm capacidade para pagar o aumento dos preços. Para os governantes do PS, PSD e CDS, neste caso, já não é necessário porque dizem que é o mercado a funciona", sublinhou.
Na perspetiva do candidato, "seria espectável que quando se diz que há falta de mão de obra num determinado sector uma forma de atrair trabalhadores seria valorizar os salários, mas a realidade é inversa: o salário real dos trabalhadores na Região registou um decréscimo na ordem dos 0,8%, tendo em conta o aumento da inflação, apesar de terem existido acréscimos "anémicos" dos salários nominais".
"É preocupante acompanhar a evolução salarial na Região. É incompreensível que no 2.º trimestre de 2023 o rendimento salarial médio mensal líquido dos trabalhadores na Região seja de 933€, mas a grande maioria tem salários inferiores a esse valor fazendo com que a Região seja a campeã dos baixos salários a nível nacional no que diz respeito ao salário liquido, ficando mesmo atrás da Região Autónoma dos Açores, onde um trabalhador açoriano recebe em média mais 27€ do que um trabalhador na Madeira", considerou.
Iolanda Chaves