A associação COSMOS alerta para construções que, a seu ver, descaracterizam a paisagística de Câmara de Lobos.
"Esta associação vê com extrema preocupação a anarquia urbanística que lavra no concelho de Câmara de Lobos, e que é fomentada, curiosamente, pela própria autarquia. Seguindo o mesmo modelo do desordenamento e descaracterização urbanística que afetou o Caniço nos anos 80 e 90 do século passado, o Concelho de Câmara de Lobos não está a resistir à atual pressão urbanística e está a fomentar a construção de edifícios de grande dimensão no meio de poios e latadas de vinha, sem qualquer cuidado, escala ou integração com a envolvente. O mais preocupante, além dos impactes negativos numa paisagem que é urgente preservar, são os custos astronómicos com o saneamento básico, comunicações, e com redes viárias não preparadas para este género de edificações dispersas, "plantadas" conforme o gosto de cada um e sem qualquer planeamento urbanístico", exaltam.
"Sendo a Madeira a única região do país onde não existe Reserva Agrícola assinalada nos seus instrumentos de gestão territorial, a paisagem madeirense está sendo abandonada paulatinamente ao betão e à anarquia urbanística, como se fosse uma região de Terceiro Mundo. Além da atual tragédia urbanística que lavra no Concelho de Câmara de Lobos, observamos por toda a ilha, a construção de enormes "casarões" em ambiente rural, cujos lotes são absorvidos na sua totalidade por estas moradias milionárias, completamente impermeabilizados, onde não nasce uma árvore, uma planta nem um quadrado de relva", é desenvolvido.
"Outra situação altamente preocupante, é a intenção irracional e o capricho eleitoral do Governo Regional e da Câmara Municipal de Câmara de Lobos em avançar com um caríssimo e inútil túnel, entre o Curral das Freiras e a zona alta do Estreito de Câmara de Lobos. Os tuneis bem planeados, são obras fundamentais e com reduzidíssimos impactes na paisagem, o problema deste túnel é o gasto astronómico em energia e nos parcos recursos financeiros dos contribuintes madeirenses, numa obra cujo objetivo é incontestavelmente eleitoralista, um artifício de propaganda para manter os mesmos no poder e enganar as populações com obras monumentais de fachada, "inventadas" para alimentar o poderosíssimo lobby do betão".