Decorre, hoje, na Sala da Assembleia Municipal do Funchal, a sessão de abertura que dá o mote para a campanha nacional "Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância", promovida na Região pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Funchal.

Em declarações à comunicação social à margem desta sessão, Ana Maria Nunes, presidente da CPCJ do Funchal, revelou que esta comissão acompanha atualmente entre 150 e 200 crianças e jovens, sendo que uma grande percentagem destes sofre de maus tratos.

Além do mais, de acordo com a responsável, o número de denúncias tem crescido substancialmente nos últimos anos, realidade para a qual se recusa, no entanto, a avançar justificações.

É neste sentido, que Ana Maria Nunes reitera a importância de continuar a sensibilizar e a alertar para esta problemática que afeta cada vez mais jovens na Região, objetivo a que se propõe o programa agora encetado.

"Acreditem que as crianças podem não entender todas as palavras que lhes dizemos, mas entendem a linguagem do coração", disse já na sua intervenção perante a plateia, reafirmando as nódoas causadas pelos maus tratos e pedindo que todos os casos de violência, seja ela física ou verbal, sejam denunciados.

Por seu turno, Micaela Freitas, representante do Governo Regional da Madeira na Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, denotou também o crescimento significativo das queixas anónimas recebidas por estas comissões.

Contudo, os dados relativos a estas mesmas ainda não foram divulgados.

Ainda assim, a este propósito, a profissional destacou a recém criada Coordenação Regional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens da Região Autónoma da Madeira, que permitirá melhorar a coordenação das várias comissões a nível regional e, assim, agilizar a intervenção nos casos que assim o exijam.

No palanque, voltou a reiterar o papel imprescindível das CPCJ não só na atuação perante casos de negligência, mas também na denúncias, na prevenção e na sensibilização a fim de uma intervenção mais rápida, de forma a assegurar que todas as crianças têm direito a uma infância saudável e feliz.

De assinalar que este evento dá início ao programa de atividades pensado pela CPCJ do Funchal que se materializará ao longo de abril, com o objetivo de sensibilizar a população para a proteção das crianças e jovens e para a parentalidade positiva.

Recorde-se que o Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, que este ano tem como lema "Serei o que me deres...que seja amor", é sinalizado em Portugal pelo laço azul, o qual será, esta segunda-feira, varanda dos Paços do Concelho, como símbolo deste mês e da associação do Município à campanha e à mensagem que lhe está intrínseca.

Será também organizado um laço humano para assinalar esta efeméride.

Edna Baptista