O deputado do Chega, Francisco Gomes, acusou a Direção Regional das Pescas de “andar a mentir sistematicamente aos pescadores madeirenses”, recorrendo a anúncios públicos e comunicados que, segundo o parlamentar, “não refletem a realidade do setor nem servem os interesses de quem vive do mar”. O deputado aponta, em comunicado, como exemplo as recentes declarações sobre o aumento da quota do atum rabilho, espécie que considera “menos fundamental para a frota regional e tunídeos”.

Francisco Gomes sublinha que “os verdadeiros pilares da pesca madeirense são o atum patudo e o atum voador, espécies centrais para a sustentabilidade económica da frota e das comunidades piscatórias”. Segundo o deputado, é precisamente nestas espécies que o governo regional “falhou e continua a falhar redondamente na defesa da Madeira”, tentando, agora, e a seu ver, “enganar os pescadores com números que pouco ou nada significam”, numa estratégia que classifica como propaganda.

O parlamentar denuncia como mais um exemplo de má gestão das pescas o facto de” ninguém da Madeira ter estado presente na última reunião da ICCAT, onde foram decididas quotas determinantes para o futuro das pescas”. Francisco Gomes destaca que os Açores se fizeram representar, enquanto a Madeira “faltou à mesa onde se decide o futuro do setor”.

“Isto é incompetência pura e dura. Enquanto os Açores defendem os seus pescadores nas instâncias internacionais, a Madeira não aparece e depois tenta esconder o desastre com comunicados. Estão a brincar com a vida de quem vive do mar!, adita o deputado madeirense.

O parlamentar considera que esta “sucessão de erros, omissões e jogos de números está a empurrar o setor para o colapso, com impactos sociais profundos”.

“Estão a matar as pescas e a abandonar dezenas de famílias que dependem deste setor para sobreviver. Em vez de protegerem os pescadores, mentem-lhes, escondem a verdade e fingem que está tudo bem. O Chega não vai compactuar com este embuste nem com esta incompetência!”, garante.

Francisco Gomes assevera, por fim, que continuará a denunciar aquilo que “considera ser uma gestão danosa das pescas” e a exigir “uma defesa séria, técnica e firme da pesca artesanal madeirense, tanto a nível regional como internacional”.