A CDU desenvolveu uma iniciativa política ao longo desta manhã no centro histórico da cidade do Funchal, junto à entrada do Forte de São Tiago, onde uma vez mais denunciou a inércia dos governantes nos seus deveres de proteção desta zona.
"Os processos de degradação, a falta de rigor e de exigência na preservação da Zona Velha da Cidade do Funchal, classificada como conjunto arquitetónico de valor regional, têm como responsáveis o Governo Regional e a Câmara Municipal do Funchal", apontou, na ocasião, a deputada municipal Herlanda Amado.
A CDU nota que é da competência conjunta do Governo e da Câmara fazer respeitar as características arquitetónicas e históricas da Zona Velha da Cidade do Funchal. Como, vinca, "consta da legislação regional que criou o Gabinete Técnico da Zona Velha da Cidade do Funchal, sendo a sua composição e responsabilização, atribuída à Câmara do Funchal e aos representantes do Governo Regional".
"A CDU tem dado voz às populações em face de um conjunto de problemas que se agravam na Zona Velha do Funchal. Multiplicam-se as situações que não revelam empenho da parte dos governantes em proteger a Zona Velha, uma área do património da cidade do Funchal particularmente significativa", sublinha.
Até pelo contrário, prossegue, "em diversas situações concretas, registam-se dinâmicas de retrocesso que contrariam recomendações do Conselho Cultural do Conselho da Europa para as zonas classificadas como de valor arquitetónico e cultural".
Mas para além de todas as questões de salvaguarda e proteção patrimonial e arquitetónica, a CDU considera importante ressalvar todas as questões sociais e habitacionais.
"Ainda vivem algumas pessoas nesta zona que muitas vezes sentem que não são ouvidas nem respeitadas pelos governantes, e o crescimento e desenvolvimento da Cidade só se faz com as suas gentes. O que está em curso é uma dinâmica de segregação social, em que o centro da cidade é entregue às mãos dos especuladores, excluindo o povo dos seus lugares de pertença", aponta.
"A CDU vem hoje denunciar a violenta expropriação do povo do centro da cidade, o pontapear de tanta gente para fora da cidade, os expropriados da Zona Velha, empurrados para fora, a bem ou a mal, das casas em que desde sempre habitaram, dos lugares em que mais gostavam, e gostam, de estar, dos espaços da sua identidade, da sua memória, das suas vidas. Importa sublinhar esta expulsão do coração da cidade acontece aqui", reforça.
Nesse sentido, para a CDU, justifica-se que, tanto na Assembleia Legislativa da Madeira, como na Câmara Municipal do Funchal, se concretizem iniciativas concretas com o objetivo de garantir a proteção da Zona Velha da Cidade do Funchal e das suas populações.