"É vergonhoso que esta Região ainda não esteja preparada para ter uma infraestrutura capaz de receber o pescado. Este é um sinal claro da decadência do regime". Quem o disse foi Edgar Silva, à margem de uma iniciativa de contacto com comunidades piscatórias no concelho de Machico.
Na ocasião, os comunistas acusaram os atuais governantes da maioria PSD/CDS de "esbanjamento de dinheiros públicos" e de "destruição de infraestruturas importantes para o desenvolvimento regional".
"Quando está a acontecer um período bastante favorável à captura de pescado, designadamente, de gaiado, a Região Autónoma da Madeira não está devidamente preparada para que seja garantida a descarga de pescado. Este é mais dos indicadores do desgoverno regional", disse, acrescentando que "estamos perante uma situação vergonhosa para uma Região que tanto tem desperdiçado dinheiros públicos"
Para a CDU, "é inadmissível que a Região esteja confrontada com tantas limitações nas capacidades logísticas e operacionais das Lotas e Entrepostos Frigoríficos. Quando há pescado não existem condições para a descarga do pescado".
Edgar Silva dá conta dos investimentos públicos "avultados", entre 1996 e 2007 na preparação do Entreposto Frigorífico do Porto Novo, "para que nunca mais houvesse qualquer condicionamento à descarga de pescado".
"E, porque o Governo Regional abandonou e destruiu aquela infraestrutura existente no Porto Novo, eis que os governantes decidem estabelecer limites diários de descarga por embarcação. Isto é o cúmulo do desgoverno regional", disse.
"Estamos perante um inadmissível esbanjamento de dinheiros públicos. A destruição do Entreposto Frigorífico do Porto Novo ganha agora uma dimensão ainda muito maior, quando estaria a ser extremamente útil aquela infraestrutura", referiu.
Afirmou ainda Edgar Silva a este propósito: "Dado ao volume das descargas de gaiado que se têm verificado e face às expectativas de descargas de pescado, o Governo Regional da Madeira tomou a decisão de estabelecer limites diários de descarga por embarcação. Ora, estamos perante a vergonhosa situação de não haver capacidade para receber prontamente o pescado, e estamos perante a intolerável situação de o investimento ter sido concretizado a pensar em dias como estes, mas não há capacidade de resposta, à maneira do terceiro mundismo, porque os governantes deixaram apodrecer os equipamentos, hipotecando o desenvolvimento regional. É a decadência deste regime".
Mónica Rodrigues