Ainda ontem foram divulgados os números da pobreza e da exclusão social em Portugal, onde se inclui, naturalmente, a RAM.
Sabemos que são dados de 2021, portanto ainda nem têm em conta o brutal aumento do custo de vida devido à inflação e à subida das taxas de juro do crédito à habitação, que desde 2022 têm vindo sempre a subir e a empobrecer cada vez mais todas e todos os madeirenses e porto-santenses.
E o que os números nos dizem é que temos um problema de pobreza que é grave, que está a crsscer, que é estrutural na nossa Região, e que há um acentuar das desigualdades. E isto também acontece porque temos uma economia assente num modelo de baixos salários.
Para além da tragédia social de haver 30% da população madeirense em risco de pobreza, há um outro dado relevante que é o elevado número de trabalhadores que são pobres e cujo salário não chega para cobrir as suas despesas básicas mensais, como alimentação, pagar a conta da água e da luz.
E já não estamos a falar apenas de quem recebe o salário mínimo, que são cada vez mais os madeirensNãoes nesta situação.
E isto é inaceitável. é aceitável nem justo que quem trabalha não receba o suficiente para fazer face ao custo de vida.
Não é aceitável nem justo que o preço do cabaz alimentar esteja sempre a subir e os ordenados não acompanhem esses aumentos, ainda para mais numa altura em que a economia também cresce de forma consistente.
Há aqui um responsabilidade acrescida quer do Governo Regional quer das empresas para aumentar salários. Todos os salários e não apenas o salário mínimo. Há excedente orçamental, há lucros significativos por parte das empresas.
É preciso respeito por quem trabalha e produz a riqueza na nossa região. E a valorização dos salários é um factor determinante para inverter o ciclo de pobreza e combater as desigualdades.
Por isso, e porque há capacidade económica para o fazer, o Bloco de Esquerda irá propor na Assembleia Legislativa Regional o aumento do salário mínimo a praticar na Madeira para os 945 euros. São mais 5% do valor que o Bloco levará à discussão do Orçamento do Estado.
Mas queremos também frisar que não é apenas o salário mínimo que deve subir. Os salários médios estão estagnados há vários anos em diversas categorias, quer no sector público quer no sector privado. Comoete às empresas e o Governo melhorar as condições dos seu trabalhadores e subir salários.