Uma auditoria externa à gestão da Junta de Freguesia de São Martinho, entre os anos 2013 e 2017, então presidida pelo socialista Duarte Caldeira, revelou diversos pontos "questionáveis", conforme classifica hoje a revista Sábado.
A avaliação solicitada à empresa PKF Portugal pela atual presidência da Junta, liderada pelo social-democrata Marco Gonçalves, já tinha sido noticiada pelo DN Funchal.
Na altura, Duarte Caldeira considerou que o relatório era "claramente especulativo" e servia para "denegrir" a sua imagem.
A referida auditoria identificou diversas situações questionáveis em torno de viagens promovidas pela Junta de São Martinho: nenhum procedimento contratual foi publicado; a agência de viagens era sempre a mesma e um dos sócios integrava a Assembleia de Freguesia de São Martinho.
As próprias viagens contrariavam o regulamento traçado para o efeito. Destinavam-se à "população que vive com problemas de ordem socioeconómica e de solidão", mas muitas "apresentam valores bastante elevados em regimes de tudo incluído em hotéis de luxo", refere a publicação. E era também sublinhado o facto de o agora membro da secretaria de Estado das Comunidades, tutelada por Paulo Cafôfo, ter aproveitado várias iniciativas da Junta com os seus familiares, acrescenta a Sábado.
À Sábado, Caldeira explicou que havia "viagens mais pequenas na ilha, ao Porto Santo, mas havia outras para diferentes tipos de bolsas, não era só para pessoas com carência como diz o regulamento".
A análise da auditora questiona diferentes aspetos, entre os quais o pagamento de refeições com um cartão de crédito que o "executivo poderia usar de forma pessoal". Vinca terem sido pagas inúmeras refeições "sem nenhuma fundamentação aparente", apontando alguns exemplos: 194 euros no Leenos Funchal; 162 no Restaurante Central Caniço; 245 na Brasserie Funchal; ou 163 no Irema, entre outras.
Edmar Fernandes