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"Assobiam para o ar e apelam que se espere pelo atum voador e pelo gaiado para ver se a época se salva"

JM-Madeira

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Data de publicação
02 Junho 2023
14:36

Nuno Morna, coordenador Iniciativa Liberal Madeira, lembra que a 31 de maio de 2023 foi anunciado o final da quota do Atum Patudo (Thunnus Obesus), ou seja, a partir das 00h00 do dia 01 de Junho, ontem, não é permitido continuar a pescar, fazendo com que "dezenas de embarcações" que deparem com manchas (cardumes) da referida espécie, sejam obrigados a abandonar os mesmos e regressar aos portos.

"As entidades governamentais responsáveis, dizem que nada há a fazer, pois são determinações europeias. Assobiam para o ar e apelam que se espere pelo Atum Voador (Thunnus Alalunga) e pelo Gaiado (Katsuwonus Pelamis) para ver se a época se salva. Estamos apoiados na ‘fezada’", alerta Nuno Morna, num comunicado enviado à redação.

O coordenador do IL-M menciona que os Açores não têm o mesmo nível de fiscalização que a Madeira, e existem relatos de descargas que não na ilha de São Miguel, sem qualquer tipo de controle.

"Os pescadores querem apenas trabalhar, especificamente nesta época, esta espécie migratória que decidiu aparecer em massa neste ano de 2023, após uma pandemia e um ano de custos avultadíssimos em gasóleo, custos que quase triplicaram face a anos anteriores", aponta.

A este propósito, apontou que os armadores destas embarcações cobrem totalmente as despesas de manutenção, alimentação, combustíveis, etc., "proporcionando aos seus tripulantes as melhores condições de trabalho possíveis, apenas na expectativa de poder trabalhar e conquistar o direito a obter lucros desses investimentos. Mas nos últimos anos só assistem a uma não defesa dos interesses da pesca regional, pois todos os anos temos corte nas quotas a pescar", sustenta.

Nuno Morna salienta que a pesca do atum é uma incerteza constante. "A espécie é migratória e a nossa arte de a apanhar é a de ‘salto e vara’, técnica que não provoca qualquer dano nos fundos marinhos, protegendo assim outras espécies como golfinhos, baleias e demais espécies. Estamos a falar de uma pesca sustentável, com exigências de tamanhos mínimos. Devia mesmo ser beneficiada, mas está cada vez mais a ser prejudicada por diretrizes que são decididas longe, de maneira arbitrária e sem sentido", sustentou.

"Os anos passam, as soluções vão desaparecendo e fica uma ideia que a intenção de quem governa é garantir subsídios, sejam eles para os tripulantes não trabalharem e os produtores não produzirem", acrescenta, considerando que vai "chegar o dia em que vamos viver todos de betão, alcatrão e turismo".

Bruna Nóbrega

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