A Lista A, liderada por Susana Gouveia Jesus, venceu hoje as eleições para a Ordem dos Arquitectos na Madeira com 126 votos em 260 possíveis. A Lista A venceu na Madeira e no Continente (3.482 votos). A Lista B ganhou nos Açores. A Lista C, onde está o atual líder, perdeu em toda a linha (2.458 votos). Assim, o novo presidente do Conselho Diretivo Nacional é Avelino Oliveira (Lista A).
À frente da única lista concorrente na Região, a reeleita presidente da Secção Regional da Madeira adiantou, ao JM, que há um conjunto de reivindicações que são prioritárias para este início de novo mandato, designadamente, a garantia de que os "atos próprios" da profissão se mantêm no domínio apenas dos arquitetos, mas também a necessidade de assegurar o prestígio da profissão, estabelecendo um limite mínimo de pagamento à hora para o profissional, de modo a contribuir para pôr termo às baixas remunerações que muitos arquitetos estão a auferir mensalmente, mas também para evitar "dumping" entre colegas. De resto, a questão salarial é central nas preocupações da reeleita equipa, que justifica com um estudo de 2022, segundo o qual os arquitetos auferem um rendimento médio inferior a 900 euros.
Susana Gouveia Jesus diz que a classe profissional desempenha um papel essencial nas sociedades, particularmente em territórios como a Madeira e o Porto Santo que têm na imagem um dos seus trunfos para atrair turistas, que representam o setor mais valioso da economia regional.
Na questão dos "atos próprios" da profissão, Susana Gouveia Jesus mostrou-se preocupada por o Governo da República não ter anuído ao parecer que a Ordem já emitiu sobre o diploma, que está neste momento na Assembleia da República. A representante madeirense acredita que os termos "romanceados" como o parecer foi emitido não mostraram a determinação suficiente para que o Governo atendesse às exigências da Ordem, pelo que espera que agora, no novo ciclo que se inicia, surja uma nova firmeza nesta luta.
Caso o Governo da República não ceda, a arquiteta diz estar a lutar para que, ao menos, seja possível uma adaptação à Região, que tem uma realidade própria e que até é distinta da dos Açores, onde, por exemplo, nem todas as câmaras têm arquitetos. Na Madeira, dos 380 arquitetos existentes, metade trabalha na função pública.
Alberto Pita