O presidente do Governo Regional reagiu às palavras de Christine Ourmiêres-Widener, CEO da TAP Air Portugal, que ontem esteve na Região, onde confirmou que a ligação entre a Madeira e Caracas não está nos planos da companhia aérea para o futuro próximo.
Esta manhã, numa visita à lota do porto do Caniçal, Miguel Albuquerque admitiu não estar surpreendido, considerando que a TAP "não tem capacidade" e "não está vocacionada para cumprir os princípios que justificaram a nacionalização, que era a ligação às regiões autónomas e às comunidades".
"Ligação às comunidades tem cada vez menos, e as ligações às regiões autónomas são cada vez mais reduzidas", notou o governante, que acrescentou que assim se torna difícil invocar a necessidade de Portugal ter uma companhia de bandeira.
Albuquerque disse que chegou a escrever uma carta a Christine Ourmiêres-Widener, salientando que seria benéfico até para a companhia reforçar o número de voos entre Caracas e Portugal, indicando que a rota que ligava Funchal e Caracas trazia "aviões sempre cheios".
No entanto, o presidente do Governo Regional não estranha a decisão da TAP, considerando que a nacionalização "tem sido um desastre".
"Não me espanta, porque todo este processo de renacionalização da TAP tem sido um desastre para os contribuintes e para a companhia", constatou, indicando que até 2024 o país vai "gastar mais de quatro mil milhões de euros na TAP". "E esse dinheiro vai ser muito difícil de recuperar, porque o caminho agora é privatizar. E se a TAP vai ser privatizada, a pergunta que faço é porque é que se nacionalizou? E em segundo, quais são os custos que isto vai ter para o contribuinte?"
O líder do Executivo madeirense apontou ainda que, "neste momento, as operações para a Madeira já não dependem da TAP, dependem dos operadores que têm preenchido aquilo que a TAP não tem feito".
Marco Milho