Presidente da Câmara do Porto reverte decisão de remover estátua de Francisco Simões

Catarina Gouveia

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, decidiu esta sexta-feira revogar a decisão de mandar remover a estátua de Camilo Castelo Branco, da autoria do escultor Francisco Simões, instalada desde 2012 no atual Largo Amor de Perdição, em frente à cadeia onde o escritor esteve preso, no Porto.

A notícia é avançada pelo jornal Público.

Recorde-se que esta quinta-feira, o mesmo jornal noticiou que 37 signatários, entre os quais artistas, curadores, advogados e políticos, pediram ao presidente da Câmara Municipal do Porto que fosse removida a denominada Estátua de Camilo, da autoria de Francisco Simões, do largo junto à antiga cadeia, por esta representar "desgosto estético" e "desaprovação moral". O exemplar é, inclusivamente, intitulado como "mais ou menos pornográfico".

Na sequência do apelo, o autarca havia deliberado que, por decisão própria, iria retirar a estátua do Largo Amor de Perdição por considerar a escultura "feia e de mau gosto".

A polémica dividiu opiniões e deu origem a uma nova petição que exige que a estátua permaneça no mesmo local onde foi colocada em 2012, por oferta de Francisco Simões à população.

Agora, Rui Moreira decidiu reverter a decisão, alegando que desconhecia a existência de uma deliberação municipal de 2012 que aprovara por unanimidade a implantação da escultura no local onde se encontra.

"Ao contrário da informação que estava na posse do presidente da Câmara do Porto, a doação previa também a colocação da estrutura no Largo Amor da Perdição, doação essa que tinha sido aprovada pelo executivo municipal em 2012. Neste contexto, não pode o presidente da Câmara anuir, sem mais, ao que foi solicitado, pelo abaixo-assinado, que é do conhecimento público. Naturalmente, isso não se impede que, futuramente, e em qualquer momento, o assunto possa a vir ser suscitado no mesmo órgão municipal", refere a nota divulgada esta tarde.