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Artigo de Opinião

Gestor do Europe Direct Madeira

27/04/2023 08:00

Com os olhos postos no "longo prazo", destacaria o Dia da Europa, pelo simples facto de não querer deixar em branco uma efeméride que me é particularmente próxima, mas que em bom rigor deveria ser entusiasticamente celebrada por todos os cidadãos. Aliás, já há muito se fala de converter esta data em feriado nacional nos 27 Estados-membros. Faria sentido, seja pela importância histórica do dia (celebração da Declaração Schuman, considerada o momento de fundação da atual UE e dos valores cimeiros da paz, solidariedade, democracia e suas liberdades), seja também pela possibilidade que ofereceria de consolidação da unidade europeia, envolvendo um número bem mais expressivo de cidadãos.

Na edição deste ano, a nível nacional, as celebrações oficiais terão lugar em Leiria, com um programa de atividades abertas ao público em geral, onde marcará presença a comissária portuguesa Elisa Ferreira. A nível Europeu, o Dia da Europa será assinalado em Estrasburgo, no decorrer da sessão plenária do Parlamento Europeu que terá lugar entre os dias 8 e 11 de maio, mas também em Bruxelas, através do Festival do Ano Europeu das Competências, evento que será transmitido em live-streaming no canal de Youtube da Comissão Europeia.

Colocar as competências no cerne da celebração de mais um ano europeu foi uma boa opção, na medida em que se espera um novo e decisivo impulso à Aprendizagem ao Longo da Vida, com foco na requalificação de trabalhadores e melhoria das suas competências, especialmente as digitais, onde comprovadamente a Europa necessita de fazer um investimento massivo.

As transições ecológicas, energéticas e digitais, decorrentes da implementação do Pacto Ecológico Europeu (a nova estratégia de desenvolvimento da UE para os próximos 30 anos) têm criado desafios, mas também novas oportunidades para as economias europeias, para as empresas, e sobretudo para os cidadãos.

Já não chega formar jovens, em sentido lato. É preciso garantir uma formação que vá ao encontro das novas tendências do mercado, onde a digitalização é, indubitavelmente, a palavra-chave de todo este processo. Dados oficiais revelam que 77% das empresas europeias manifestam dificuldades na contratação de trabalhadores com as competências necessárias.

Como não poderia deixar de ser, parte da solução passa pelas nas escolas e na necessidade de estas acompanharem os tempos modernos que correm, preparando os estudantes para uma cidadania plena, assegurando uma formação que os habilite a integrar o mercado de trabalho com as competências adequadas aos novos tempos.

A visão regional de aposta, desde tenra idade, em ambientes facilitadores de aprendizagens, nomeadamente com a criação das chamadas "salas do futuro", com a robótica, a programação e até a inteligência artificial a configurarem-se como áreas-chave, representa um excelente exemplo do cumprimento daquilo que é uma recomendação da Comissão Europeia, no seguimento da proposta do Conselho a todos os seus Estados-membros: oferecer aos cidadãos europeus uma educação e uma formação digitais de elevada qualidade que combata o atual fosso digital (agravado com a crise da covid-19), bem como a promoção de uma cultura de inovação e digitalização que terá de começar pela base, através dos profissionais da educação/formação, peças-chave em todo este processo.

O caminho é este e não deixa de ser interessante que uma pequena região insular e ultraperiférica possa liderar o processo a nível nacional. Think BIG.

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