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Artigo de Opinião

1/02/2023 08:00

A Conferência do Atlântico teve um prelúdio no passado ano 2015. No quadro da comemoração do 50.º aniversário da morte de Winston Churchill, o Município de Câmara de Lobos promoveu a, então, denominada «Conferência Democracia e Liberdade». Nessa data evocamos a marcante passagem de Churchill pela Baía e a memória daquele que foi o maior Estadista do Século XX.

A ligação de Churchill a Câmara de Lobos remonta ao ano 1950, quando o "velho leão britânico" visitou a Madeira. Na sua breve passagem pela ilha, Churchill dedicou parte do seu tempo a uma das suas maiores paixões: a pintura. E elegeu a Baía de Câmara de Lobos como um dos locais de eleição da sua estada. Num canto, à entrada da vila, instalou o cavalete e a tela, sentou-se e pintou a baía e o ilhéu. O momento ficou imortalizado pelo fotógrafo Raul Perestrelo, num registo que se tornou icónico e percorreu o mundo. Sabemos hoje, conforme revelado pelo Professor James W. Muller, na conferência de abertura do passado dia 27, que, para além da celebrada aguarela da Baía, Churchill pintou mais outros dois quadros, tendo, sempre, Câmara de Lobos como pano de fundo.

A Conferência do Atlântico, enquadra-se, portanto, no contexto da celebração da visita de Winston Churchill à Madeira, com a sua mulher Clementine. Ao celebrar aquela visita, as conferências pretendem revisitar o significado do seu compromisso com a tradição ocidental e europeia de liberdade sob a lei, que remonta a Atenas, Roma e Jerusalém. É também propósito deste encontro revisitar o papel decisivo que Churchill atribuiu à Aliança Atlântica e à tradição marítima de liberdade na defesa do Ocidente. Por uma feliz coincidência, esta primeira edição da Conferência do Atlântico, acolheu o 650.º aniversário da Aliança Anglo-Portuguesa - a aliança mais antiga ainda em funcionamento no mundo.

No contexto atual de grande indefinição face ao futuro da Europa e de redefinição dos paradigmas de poder no contexto global, torna-se premente recordar o legado da vida e do pensamento de Churchill na defesa dos valores da Democracia, do Estado de Direito e do governo limitado pela Lei. É, por isso, oportuno recordar a atuação política daquele grande estadista, na resistência aos inimigos da sociedade aberta e livre, e na defesa intransigente da preservação da tradição ocidental da Liberdade e do Pluralismo.

Com a realização desta conferência, o Município de Câmara de Lobos afirma, claramente, com quem quer estar. Face a um mundo cada vez mais polarizado, onde as ideologias populistas e totalitárias ganham adeptos, a defesa da Democracia e da Liberdade é um imperativo. E é desse lado que queremos estar!

A Conferência do Atlântico representa, assim, um modesto contributo do concelho de Câmara de Lobos na defesa da civilização ocidental e da sociedade aberta. Desde os primórdios do povoamento, a Madeira esteve no centro da dimensão marítima dos descobrimentos portugueses e da civilização europeia. Foi dentro desta tradição Europeísta e Atlantista que a Madeira, sempre, se desenvolveu e progrediu. Ainda que tenha muitos defeitos, o mundo Ocidental é aquele que representa o Mundo Livre. E é desse lado que devemos, inquestionavelmente, estar!

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