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Artigo de Opinião

Presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

23/11/2022 08:00

Ao Instituto das Florestas e Conservação da Natureza - IP,RAM (IFCN), entidade gestora de uma vasta área florestal, chegam centenas de pedidos de recolha e cedência de diversos materiais florestais. São pedidos de várias instituições, dos mais variantes quadrantes, de norte a sul, de este a oeste da Madeira e alguns do Porto Santo. São pedidos de escolas, lares, hospitais, paroquias, de diversas instituições públicas e mesmo de alguns particulares. Para fazer face a todos estes pedidos é necessária uma gestão florestal correta, adequada e enquadrada com as intervenções florestais que são necessárias, tendo sempre o enfoque alicerçado na sustentabilidade dos recursos e na conservação da natureza.
O IFCN é assim uma instituição com grande sentido público na sua atuação. Cedemos musgo, pinhas, galhos e ramagens diversas. A muitas instituições de solidariedade social, escolas e instituições de saúde, cedemos árvores de Natal.
Para o musgo são definidas zonas controladas de recolha desse tipo de material. Também para a recolha de pinhas e pequenos galho são definidas zonas especificas, e as ramagens diversas provêm de árvores que por questões de gestão da floresta têm de ser abatidas. Efetuamos plantações específicas de "árvores de natal" nos viveiros florestais com o único objetivo de cedência nesta altura do ano.

Este é o nosso contributo, sustentável, para o Natal dos madeirenses e porto-santenses, mas o mais importante é que de ano para ano os madeirenses e porto-santenses são cada vez mais cumpridores das regras existentes e estipuladas.

Sobre esta matéria o Corpo de Polícia Florestal, no âmbito das suas competências de fiscalização, tem vindo a registar cada vez menos infrações. A fiscalização é acompanhada todos os anos de campanhas de sensibilização e informação à população que cada vez mais se encontra conscientizada e cumpridora.

Mas a época de Natal pode também ser uma oportunidade de negócio para os proprietários privados de áreas florestais que não sabem ou não conseguem rentabilizar essas mesmas áreas.

Há quem defenda a utilização dos pinheiros artificiais como forma de proteção do meio ambiente. Depende da perspetiva, mas à semelhança do que acontece em muitos outros países, e à semelhança do que acontece noutros sector como a agricultura, alguns terrenos florestais que se encontram abandonados poderiam produzir produtos florestais para venda nesta altura, com destaque para os pinheiros naturais. Estes são também produtos regionais, contribuindo para o consumo desses produtos, ao contrário dos pinheiros artificiais fabricados noutros cantos do globo. Seria também a forma de atribuir mais valor a essas áreas florestais privadas que se encontra por vezes abandonadas devido à sua dimensão e/ou localização e assim os seus proprietários conseguiriam uma forma de as rentabilizar, contribuindo o valor arrecadado para uma correta gestão, mantendo-as com um coberto florestal, limpas de mato e invasoras. Fica aqui o incentivo aos proprietários florestais privados.

Quanto ao IFCN, esta é a nossa forma de trabalhar, instituição pública com competência na área florestal e da conservação da natureza, proporcionando a utilização sustentável da floresta que é de todos os madeirenses e porto-santenses.

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