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Artigo de Opinião

3/10/2022 07:50

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, para o mundo simplesmente Cristiano Ronaldo. A discussão sobre o melhor de todos os tempos será sempre eterna e polémica, mas os seus atributos físicos, as suas habilidades goleadoras, a sua mentalidade vencedora, a sua liderança e o seu desempenho sob pressão, o tornam indiscutivelmente um dos melhores futebolistas de todos os tempos. Cristiano tem 20 anos de carreira profissional, desde que se estreou a 14 de agosto de 2002 na equipa principal do Sporting, substituindo o espanhol Tonito, curiosamente para uma competição que mais tarde viria a deixar a sua marca, a Liga dos Campeões.

Nestas duas décadas ganhou quase tudo o que um jogador pode ganhar individualmente e coletivamente. Foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA e pela France Football recebendo o prémio Bola de Ouro por cinco vezes. Venceu a Bota de Ouro da UEFA por quatro vezes. Foi por três vezes o Melhor Jogador da UEFA e uma vez o Melhor Jogador de Clubes da UEFA. Foi campeão em Inglaterra, Espanha e Itália. Venceu cinco Ligas dos Campeões, quatro Mundiais de clubes e duas Supertaças europeias. E alguém esquecerá os títulos inéditos para Portugal, de Campeão de Europa e da Liga das Nações? Os recordes, por outro lado, são mais que muitos e de todas as formas e feitios.

Mas mais do que títulos ou recordes, Cristiano Ronaldo será lembrado pela mudança de mentalidade que trouxe à seleção portuguesa e para todos aqueles que com ele trabalharam nos vários clubes. Desde a estreia do jogador pela seleção em 2003, Portugal nunca mais ficou de fora de uma grande competição e, por mais estranho que pareça atualmente, o raro era a que a seleção chegasse lá. Entre 1966 e 1986, por exemplo, o país ficou de fora do Mundial por 20 anos. Nunca esquecendo os grandes craques que suportaram o Cristiano na seleção (Luís Figo, Rui Costa, Deco, etc.), foi o madeirense que espalhou a sua sede de vencer e sua a ambição de ser o melhor por toda a equipa. Que inspirou o crescimento de gerações posteriores de enorme talento, permitindo hoje a associação da excelência do trabalho das camadas jovens portuguesas à mentalidade dos campeões.

E são os seus colegas que não nos permitem esquecer a marca de CR7. Ferran Torres, internacional espanhol hoje no Barcelona, disse: "É a minha referência. Mudou o futebol no que toca à alimentação, ao cuidar-se, ao investir no seu corpo. É um processo a longo prazo em que o que fizeres hoje repercute-se no amanhã". O jovem internacional brasileiro do Arsenal, Martinelli, disse: "Baseio o meu futebol no Cristiano Ronaldo, é o modelo de jogador que quero seguir. É um jogador de futebol que trabalha muito e procura sempre chegar ao próximo nível". Sterling, Haaland, Mbappé, entre muitos outros, já assumiram em vários momentos que têm como ídolo Cristiano Ronaldo. Se calhar é Dani Alves, presença assídua nos quentes duelos Madrid/Catalunha, que melhor descreveu CR7: "O Cristiano é um exemplo para todos nós, que não temos tanta qualidade. Mostrou que com muito trabalho também podes competir com os melhores. Ele exemplificou isso. Como não respeitar um tipo que conseguiu tudo baseado no trabalho?"

Cristiano vive hoje, provavelmente, o seu período mais delicado enquanto futebolista. Aos 37 anos, sem o fulgor de outrora, vive na condição de suplente no Manchester United e de quase ridicularizado na seleção nacional. As mesmas equipas que tantas vezes levou ao colo. Mas é nestas alturas que quem tanto dele recebeu deveria devolver. Compreender o momento e puxá-lo para cima ao invés de destratá-lo. De procurar disfrutar estes seus últimos dias de profissional e não o descartar. E exigir o mesmo de quem tem a responsabilidade de gerir a sua condição. O Cristiano é um predador de elite. E todos os minutos de topo que ainda tem para dar deverão ser aproveitados. Nunca desperdiçados.

Dia D: hoje é um dia importante para o Marítimo, que procura os primeiros pontos no campeonato.
O resultado de logo à noite trará uma de duas coisas: ou ganha e faz acalmar um pouco toda a desconfiança e contestação à volta da equipa e do elenco diretivo ou, um resultado negativo, dará (mais) força às vozes que se levantam contra Rui Fontes. Mas isso é para depois. Agora, enquanto Maritimista, só me interessa uma coisa: ganhar ao Casa Pia. Custe o que custar. Vamos aos Barreiros! Vamos rapazes!!

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