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Artigo de Opinião

28/06/2022 04:41

Sabemos que intervir preventivamente com adultos é por si um desafio, daí que o setting laboral seja, por excelência, um dos melhores contextos para divulgar a mensagem da prevenção, para, sem dramatismos nem sensacionalismos, alertar para os riscos e prejuízos associados ao uso e abuso das substâncias psicoativas lícitas e ilícitas. Já em 1989 a Organização das Nações Unidas considerava o meio laboral, a par das escolas, das pequenas associações e grupos comunitários, um meio privilegiado para o desenvolvimento da ação preventiva.

A prevenção e a dissuasão do consumo de substâncias psicoativas em meio laboral devem ser encaradas como um investimento das organizações e não como um custo, face às vantagens em termos profissionais, pessoais e familiares dos trabalhadores e empregadores, com potencial reflexo na produtividade e na qualidade de vida no trabalho.

As pessoas passam cerca de um terço da vida adulta na sua atividade profissional. O facto de uma pessoa permanecer no local de trabalho sob a influência de substâncias psicoativas depende da conjugação de múltiplos fatores, alguns dos quais ligados a características individuais e hábitos de vida e outros de natureza profissional, relacionados por exemplo, com a tipologia das funções, trabalho por turnos, stress, entre outros, afetando a capacidade de trabalho, as relações laborais e, por conseguinte, a produtividade e a própria riqueza da Região.

Neste sentido, assume-se que os pilares da intervenção preventiva em meio laboral deverão basear-se, por um lado, na importância da segurança e saúde no trabalho e na promoção e sensibilização de estilos de vida saudáveis, e por outro, no desenvolvimento de estratégias no âmbito da responsabilidade e da ética organizacional, apoiando as empresas e os trabalhadores e alargando a sua intervenção às famílias e comunidade onde se inserem.

É um trabalho que envolve a participação de todos os atores da organização: órgãos decisores e chefias, serviços de saúde do trabalho, recursos humanos, representantes dos trabalhadores e os trabalhadores. Neste sentido, qualquer melhoria operada na atitude dos trabalhadores será transportada para fora da organização, conduzindo a transformações significativas na vida pessoal e familiar, com reflexos importantes na sociedade.

De acordo com as linhas orientadoras para a intervenção em meio laboral promovidas pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências é importante para uma definição das políticas gerais de promoção da saúde o enfoque nos estilos de vida saudáveis e na responsabilidade individual na manutenção da saúde. Neste sentido, os problemas como o consumo de álcool e de tabaco, o consumo de substâncias psicoativas ilícitas, uma alimentação desequilibrada, os acidentes de viação ou as doenças sexualmente transmissíveis, devem ser abordados com o mesmo à vontade com que se abordam questões diretamente ligadas à saúde do trabalho.

A responsabilidade das organizações não deverá terminar na produção de bens e serviços, deve igualmente promover o desenvolvimento e formação pessoal dos seus colaboradores, no sentido de contribuir para a construção de sociedades mais equilibradas e resilientes.

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