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Artigo de Opinião

24/06/2022 08:00

Imagine também que esse simpático Estado , chamemos-lhe assim, ia celebrar o seu dia anual. Na efeméride, costumava ser feita uma celebração com os cidadão que lá viviam, mas também com aqueles que saíram para procurar melhor sorte noutros lugares, eventualmente menos coloridos e informais.

Imagine que um dos locais de celebração fora desse país esteva pejado de naturais de um pequeno território insular, geralmente irredutível na defesa dos seus interesses inalienáveis, e com menor paciência para tanta cor, tanto beijo, tanto abraço, muitas vezes apenas elementos de distração para ocultar uma névoa de intriga e de troca de favores polticos,ao mais alto nível. Uma ilha onde não há santos, claro, mas em que as pessoas provavelmente por serem mais envergonhadas, são mais diretas, menos cénicas, menos cínicas.

Como em todos os locais, há pessoas e pessoas, e um dos naturais da ilha conseguiu as boas graças de quem governa esse país muito, muito distante. A intenção mal disfarçada é que esse felizardo venha um dia a ser o primeiro dos Ilhéus.

Para isso é fundamental que ele tenha um grande cargo no governo desse país muito, muito distante, e que possa falar com os conterrâneos que vivam fora, até por terem uma ligação mais emocional ao local que os viu partir.

Nesse dia nacional, desse país muito, muito distante, era da conveniência de quem governa que o seu afilhado, o tal felizardo ilhéu, fosse a figura de destaque nesse destino de emigração pejado de concidadãos. Mas para que isso fosse possível, era imperioso que o primeiro das ilhas não lá estivesse. Tal seria impossível numa circunstância normal, mas o chefe de estado era o tal senhor dos beijos e abraços, das informalidades. Se lhe for pedido com jeitinho, dizem até que trocando por outro favor político, o homem dá um beijo a si mesmo e esquece os estados de alma e problemas de consciência. Vai daí, surge o "esquecimento" de convidar o primeiro da ilhas para o dia nacional do país, muito, muito distante. Quando a coisa estava a dar muito brado, surge uma atabalhoada invitação apenas para o momento da cerimónia onde não há Ilhéus, originando uma catadupa de acontecimentos que incluem inconfidências da tramóia, e da sintonia entre o chefe e quem governa. Quase sobrava para o "mordomo-mor". Quando se lembravam do antecessor do senhor dos beijos, imaginavam que com ele nada disto poderia acontecer, pese o seu desmedido amor por bolo-rei.

Mas não era o fim. Para que o felizardo afilhado presidisse à cerimônia, ou pelo menos ao seu início, era necessário que o seu chefe directo, quem governa e o chefe dos afectos estivessem impedidos de o fazer.

Vai daí o governante tem uma leve doença súbita e os outros dois têm um oportuno atraso aéreo. Tudo é possível neste país muito, muito distante.

Tanto investimento para que o felizardo tenha mais uma oportunidade apenas daqui por 5 anos? Acha mesmo? Imagine. Apenas imagine.

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