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Artigo de Opinião

Identificamos muitos problemas. Reclamamos, zangamo-nos, mas são poucas as pessoas que apresentam soluções para os problemas que identificam.

Convém relembrar que Saúde Mental não pode ser separada de Saúde Física, ambas são saúde e ambas se interligam e influenciam uma à outra.

Um bom reflexo do estado da nossa Saúde Mental é ver as pessoas que têm problemas graves de saúde, agirem como se não os tivessem. Essas pessoas nem votam para escolher quem gere a Saúde Pública (SP)!

Sempre que oiço alguns comentadores políticos falarem sobre a S.P. arregalo os olhos e penso: "Não é um problema para si? Já tentou se colocar no lugar dos outros?"

A postura do comentador depende mais da sua cor política do que dos problemas em si. É triste mas é real!

A pandemia veio relembrar a importância da S.P. As parcerias privadas, tão aplaudidas por muitos, durante a pandemia fecharam-nos as portas. Se o privado tivesse feito o seu papel, ainda necessário na colaboração com o público, muitos doentes não-Covid teriam tido os seus estados de saúde mais acompanhados. Na ilha, o privado colaborou na realização dos testes antigénio. Ouvi queixas de profissionais, sobre terem sido muito mal pagos, em algumas clínicas, em proporção ao preço cobrado por teste, um desrespeito que era desnecessário.

Um comentador do PS disse que os nossos problemas no S.P. de Saúde (SPS) não existem só em Portugal, também existem em outros países. Também oiço de representantes da SRS (Serviço Regional de Saúde) que o nosso rácio, comparativamente a outras zonas do país, é muito bom.

A minha questão será sempre a mesma: Se existem problemas no SNS e no SRS, o que interessam as comparações? O mal dos outros melhora o nosso mal?!

Ouvi de alguém: "Vocês (BE) fazem do SPS (SNS-SRS) uma bandeira política!". Pois fazemos e com razão! O Bloco de Esquerda votou contra os orçamentos de estado (OE) também devido ao estado do SNS. Atualmente vivemos mais anos, mas com mais doenças e cada vez mais dependentes de outros. Preocupante! Como anda o Estatuto do Cuidador Informal?

O recente relatório do observatório (OPSS) de Primavera 2022 defende que a pandemia mostrou que "as despesas em saúde são um investimento e não um custo" E demonstra o título deste artigo, quando aponta a "falta de orientação estratégica na saúde", defendendo também que afinal há resolução para o problema propondo "a necessidade de responder com inteligência, só assim poderemos sair da crise pandémica mais resilientes".

Segundo este relatório, os três grandes desafios do SNS serão: Acesso aos cuidados de saúde, recursos humanos e Saúde pública. Também defendido pelo BE.

Uma das propostas do relatório é por exemplo abrir serviços de urgência centrais para reduzir urgência no hospital. Acontece agora no Centro de Saúde Bom Jesus e é uma boa resposta, mas temos profissionais suficientes?

O BE Madeira terá no sábado "À Conversa sobre o SRS". Auscultar é sempre inteligente. O Serviço Público de Saúde tem vindo a degradar-se. Se o PRR vai ser usado para o melhorar e resolver, vamos todos colaborar para um bom uso do investimento independentemente do partido político.

"O rico adoece enquanto o pobre morre "

Dizia o meu pai.

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