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Artigo de Opinião

Vice-presidente da ALRAM

14/05/2022 08:01

Ora a oposição criou uma produção fictícia, tal e qual a famosa série dos anos 90, mas com uma ligeira alteração: nós somos os pobres. Quando refiro que nós somos os pobres, acrescento também que, para a oposição, todos os outros são ricos. Riquíssimos. Mantém-se, no entanto, nesta nova produção, a deturpação da realidade e leitura dos dados como lhes convém e como a elasticidade dos dados estatísticos permite. Continuam a não querer ver a evolução, a não aceitar o progresso da Região e a desconsiderar o ponto de partida e onde estávamos no início da autonomia.

Insistem os partidos da oposição, dia após dia, que somos os mais pobres do país. Mais pobres que quaisquer outros portugueses de diferentes partes da nossa nação. Mas os indicadores do Instituto Nacional de Estatística (INE), da Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) e também as Contas Regionais, demonstram que, em 2019, a nossa Região foi a terceira do País com o PIB per capita mais alto, com um máximo histórico de 20175€. Ou será que este não é um indicador importante?

Nós os pobres, temos mais capacidade para adquirir habitação própria, do que no restante território nacional. Cerca de 74,4% dos alojamentos familiares na Madeira são do próprio, enquanto que este valor baixa para os 70% no País (in INE; DREM; Censos 2021). E nós os pobres até temos uma menor taxa de sobrelotação de habitação do que os outros, os ricos. Na Madeira esta taxa é de 8,2%, a terceira menor do País, quando no todo nacional é de 9% (in INE; DREM; Inquérito às Condições de Vida e Rendimento).

Existem mais dados que desmontam a narrativa fantasiosa da oposição madeirense, sendo esta a terceira vez que abordo aqui este tema. Vejamos que nós os pobres, como nos retratam os partidos da oposição, somos a terceira Região do País com menor desigualdade de rendimentos, apresentando um coeficiente de Gini de 31,1%. A nível nacional este valor é de 33% (in INE; DREM; Inquérito às Condições de Vida e Rendimento). Quer isto dizer que há uma menor diferença de rendimentos, aqui na Região, entre os que mais auferem e os que menos auferem, do que no resto do País, incluindo, por exemplo, os Açores.

E destaco aqui os Açores, porque não raras vezes a oposição compara-nos àquela Região. Nos indicadores que apontei até aqui, apresentamos melhores números que os Açores. Por exemplo, nós os pobres, tivemos uma remuneração bruta total mensal média, no 4.º trimestre de 2021, de 1454€ enquanto que nos Açores esse mesmo valor cifrou-se nos 1438€, menos 16€ mensais. (in INE; DREM; Estatísticas das Remunerações). Pasme-se o leitor que nós os pobres, ganhámos mais mensalmente, em média, que os outros, os ricos.

Nós os pobres até usufruímos de rácios superiores na saúde, do que os outros, os ricos. Menciono agora a saúde, porque continua a ser uma área vilipendiada pela oposição. De acordo com os últimos dados disponíveis, de 2020, temos 4,7 médicos por mil habitantes. Os Açores têm 3,7. Temos 9,4 enfermeiros por mil habitantes. Os Açores têm 9,3 e o País tem 7,6. Temos 7,9 camas hospitalares por mil habitantes. A nível nacional são 3,5, ou seja, em comparação, possuímos mais do dobro da capacidade. (in INE; DREM; Estatísticas da Saúde). Segundo a oposição somos pobres, mas oferecemos melhores cuidados de saúde do que os outros, os ricos.

Não poderia terminar este artigo sem falar no indicador que tantas e tantas vezes a oposição usa como suporte para dizer que nós somos pobres e os outros são ricos: a taxa de risco de pobreza. Importa aqui olhar a nossa condição ultraperiférica (RUP) e arquipelágica. Todas as RUP, e regiões que vivem do turismo, apresentam taxas mais altas de risco de pobreza acima da média do seu País. Apesar de tudo, a Madeira está a convergir para a média nacional, apresentando indicadores muito melhores do que as Canárias (29,9%), Guadalupe (34,5%), Guiana Francesa (52,9%) ou Maiote (77,3%), segundo dados do EUROSTAT.

Ainda temos o facto de que se calcularmos as linhas de pobreza regionais, que têm em linha de conta as particularidades de cada região, nomeadamente os diferentes custos de vida, concluímos que a taxa de risco de pobreza na nossa Região é substancialmente menor e que ficaríamos inclusivamente melhores neste indicador do que a região Norte, Centro e Lisboa (in INE).

Fica claro que o discurso miserabilista da oposição está desfasado da realidade e que a nossa Região apresenta indicadores deveras positivos e acima da maioria das Regiões com as quais nos podemos, e devemos comparar, por partilharmos circunstâncias semelhantes.

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