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Artigo de Opinião

Directora Business Development

17/10/2021 07:00

Este será, inevitavelmente, mais um emblemático 25 de Novembro, pois irá resultar numa crise política (e consecutivas eleiç?es antecipadas), caso o orçamento não consiga a maioria dos votos no Parlamento ou irá dar continuidade à crise que os portugueses se habituaram e aceitam sem discussão, caso o orçamento seja aprovado, tal é a gravidade das linhas orientadoras da actual política governativa que o governo central expressa nesta proposta de orçamento.

Sendo que, um orçamento do Estado, não é mais do que um plano detalhado da gestão de um país, tendo em conta as despesas e as receitas previstas, definindo as medidas exatas a serem executadas pelo governo em poder, dir-se-á que um orçamento do Estado deverá tentar alcançar a estabilidade macroeconomica do país, garantido um controlo da despesa pública, com distribuição equitativa da receita pelas diversas áreas da atuação, por forma a garantir um serviço público de qualidades aos seus contribuintes. Mas não, não é isso que o atual governo tem planeado para Portugal em 2022.

Estão previstos para a saúde em Portugal 700 milh?es de euros. Seguindo a linha das urgências deste país, em termos de orçamento, aos olhos do atual governo, o orçamento tem previsto uma injeção de capital na TAP de 990 milh?es de euros. Ou seja, claramente, este orçamento dá mais atenção à TAP do que ao próprio serviço nacional de saúde. Num país em que se prevê uma quase paralização dos serviços de saúde, com greves agendadas para os médicos, enfermeiros e farmacêuticos do SNS, esta proposta de orçamento parece no mínimo uma piada. Um obrigado muito amargo, para todos os profissionais de saúde que deram tudo, para nos sentirmos mais seguros hoje. Mas estamos prontos a meter milh?es numa empresa de bandeira, que tem sido um saco sem fundo para os contribuintes portugueses. A TAP deixou de ser uma empresa estratégica para a economia portuguesa, quando tira dinheiro da saúde dos portugueses. Estratégico é apostar numa educação que fixa talento no nosso país e não saí para outros países assim que estão formados, com os estudos pagos pelos pobres portugueses. Estratégico é dar condiç?es aos empreendedores para se fixarem em Portugal e não estrangulá-los com impostos, ainda antes de vingarem.

Se a questão da TAP é tão sensível e mexe tanto com a honra dos socialistas (e com os bolsos dos portugueses), porque não tomam também a peito a péssima qualidade de vida de tantos portugueses por este país, que vêem inalteradas as suas magras reformas com este orçamento? Se estão tão preocupados com a educação, porque não cuidam e respeitam os seus professores, que há décadas, não passam de caixeiros viajantes do saber, por este país, sem poderem efetivar os seus projectos de vida em pleno. Porque não se preocupam com os milhares de portugueses, grande parte deles emigrados, que confiaram em instituições financeiras portuguesas, para aí depositarem as suas poupanças de uma vida, a contar com o momento da reforma e no fim ficaram sem nada?

Devo reconhecer a habilidade do Dr. António Costa, de andar entre os pingos da chuva sem se molhar. Quando oiço os seus discursos, muitas vezes sinto que fala de um país imaginário, de um país com uma realidade diferente, que ele próprio criou na sua cabeça e que acredita piamente. O país que ele, e o seu executivo falam, não é Portugal. Mas os portugueses já deviam ter aprendido que socialismo é isto. É um prometer e não cumprir. É gastar o que existe e o que não existe, deixando a dívida pública em patamares insustentáveis, para que o próximo partido que vier ao poder, quebre a cabeça a arrumar as contas do país e que sejam os maus.

No próximo dia 25 de Novembro, aconteça o que acontecer com o orçamento do Estado, os portugueses irão enfrentar uma crise, mas é importante pedir responsabilidades pelo seu resultado.

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