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Artigo de Opinião

19/09/2021 07:03

De facto, a conglomeração humana em condomínios teve início na Roma Antiga, onde, por conta das necessidades económicas, os plebeus foram autorizados à sobreposição habitacional, ficando desta forma a propriedade em uso comum e a divisão de despesas de forma igualitária. Desde então, um pouco por todo o lado, muito devido ao crescimento e escassez de terra nos grandes centros urbanos, onde a necessidade de se ganhar espaço, e possibilitar a oferta de novas moradias, as construções passaram a ser projetadas para o alto, verticalizando assim o uso da propriedade. Hoje são diversos os formatos e as formas de organização, mas mantendo-se a ideia da existência em copropriedade das áreas comuns, bem como a nomeação/votação de uma administração de dedicada à sua gestão durante um período de tempo.

Esta gestão, paga por todos os condóminos, deverá responder aos principais anseios e preocupações dos moradores, que essencialmente visam a segurança dos espaços, a sua limpeza e a manutenção das acessibilidades (entradas, elevadores, portas de garagem, etc), assim como de todos os serviços que possam existir no espaço, garantindo o seu funcionamento. Ao administrador (e à sua equipa) exige-se que seja um bom gestor, focado, competente e capaz de responder às necessidades do prédio e às interações com os condóminos, e que, entre muitas outras funções, que preste contas claras e concisas da sua gestão, que mantenha a documentação em dia e acessível aos condóminos quando requerida e que seja capaz de cumprir no exercício das suas tarefas todas as exigências legais.

Fixe isto, que aqui voltaremos.

No próximo dia 26 deste mês seremos todos chamados às mesas dos municípios das nossas residências para escolher as pessoas que irão gerir as câmaras e juntas de freguesia nos próximos 4 anos. É um 3 em 1. Para a Assembleia de Freguesia, de onde sairá o presidente da junta e respetiva equipa; para a Assembleia Municipal, o parlamento das câmaras; e para a Câmara Municipal, de onde sairá o presidente e respetivo executivo camarário. É uma data de gente que irá a votos, todos com promessas, repromessas e mais promessas, que só podem deixar o eleitor na maior parte dos casos confusos sobre o que vão e quem vão afinal escolher..

Vamos simplificar. Imagine que o seu município é na realidade um grande condomínio. O que é que você quer dessa organização onde está inserido? Segurança? Com certeza. Mas não apenas segurança contra eventual violência nas ruas, mas igualmente a segurança na circulação a pé e de veículo com a constante vigilância e verificação dos riscos de queda de árvores ou pedras; na iluminação correta das vias e na sinalização eficaz e clara; tão ou mais importante a segurança na certeza e otimização dos procedimentos camarários, na organização do território, na diligência eficaz na resposta aos pedidos dos munícipes, na eliminação da burocracia excendentária e na gestão transparente das verbas públicas de acordo com os orçamentos aprovados.

O que pretende mais? Limpeza? Quem não quer? Lavagem regular das ruas e passeios públicos; a recolha do lixo, comum e caseiro, cumprindo horários e janelas temporais que não afetam o descanso das pessoas, bem como não perturbam os clientes e os negócios dos comerciantes instalados na hora da sua laboração; manutenção regular e atenção à estética dos jardins e parques, permitindo o seu usufruto pela população.

E as Acessibilidades? Como esquecer, quando uma pessoa fica retida no trânsito? Quem tem de seguir por caminhos alternativos e mais demorados por a rota normal estar impedida? Quando procura espaços para estacionar e esses não existem? A importância de um bom planeamento da circulação na cidade, o desimpedimento das principais artérias para os serviços de emergência e para o comércio; da eliminação das barreiras arquitetónicas e das dificuldades para as pessoas com locomoção reduzida.

Julgo que serão poucas as pessoas que não terão presentes como pilares de exigência e preocupação os pontos que numerei. Pelo que, releva, de sobremaneira, as pessoas que são escolhidas para garantir a satisfação destas exigências. Voltemos ao condomínio. Quais são os critérios que utilizamos para escolher que irá administrar o nosso condomínio? Desde logo boas referências. Depois a competência, o profissionalismo e a experiência nestes domínios. É o mesmo que se passa aqui. O que procuramos nos nossos eleitos? Que tenham estes requisitos. Experiência e currículo para as áreas que vão intervir. Competência e capacidade reconhecida pelos seus pares. Uma equipa e um líder cujas capacidades nos darão confiança (mas uma confiança a sério e não de nome ou slogan publicitário) para que leve a bom porto as exigências de todo um município.

Enquanto Funchalense, cidade onde voto, eu tenho a minha escolha formada. Escolha essa que é pública e notória, pelo que não vos maço mais com isso. Porém, para aqueles que ainda estão a escolher, considerem estas premissas, verifiquem quem reúne, em toda a sua equipa, estas condições e façam a escolha racional. Como se estivessem a escolher quem vai gerir o vosso condomínio.

Luís Miguel Rosa escreve
ao domingo, de 2 em 2 semanas

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