MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

24/07/2021 08:01

Mas o presidente (o da altura) disse mais sobre as medidas a tomar: "a promoção da acalmia de trânsito, diminuindo a velocidade no centro da cidade, bem como o número geral de veículos que acede ao centro da cidade".

Seria tudo ótimo, se fosse verdade!

Este assunto faz-me lembrar a questão que se colocou, agora e de novo, em cima da mesa relativamente aos combustíveis. O Governo da República aprovou, em Conselho de Ministros, uma proposta de Lei que criará a possibilidade de fixação de margens máximas de comercialização para os combustíveis simples. A sentença é simples: habilitar o Governo a intervir. Pela voz do Ministro do Ambiente e de Ação Climática, o tema até pareceu ligado a preocupações ambientais e, quiçá, sociais.

Só que, em bom rigor, as coisas têm sido feitas para português ver.

No Funchal, nem sequer precisamos de um estudo para ver o caos instalado na cidade. Há pessoas que demoram 50 minutos para vir, de carro, da zona dos Piornais (em São Martinho) até às imediações da Ponte do Ribeiro Seco. Isto se quisermos considerar como exemplo um percurso dentro da mesma freguesia.

Há uns tempos, o vereador da área afiançava que só se demoravam 10 minutos para atravessar a cidade. Engraçado. Não deve ser aqui, claro.

As obras sem planeamento revelaram, mais uma vez, a necessidade de o executivo assumir uma outra postura, sendo capaz de antecipar soluções para os constrangimentos na circulação. Mas até agora nada.

Somos unânimes quando defendemos uma cidade amiga do ambiente, mas, não nos podemos esquecer, que esta cidade também tem de ser amiga das pessoas. Para quem vive e visita aquela zona do concelho, e tantas outras, tem de enfrentar constrangimentos de vária ordem. Dispensáveis e evitáveis se, em vez de compilar planos e documentos sem fim, se pensasse e planeasse as dinâmicas da cidade a longo prazo.

Os argumentos climáticos, que são, igualmente, sempre aproveitados nestes momentos, têm de ser aprofundados e devidamente estruturados com outras medidas de alcance social e cívico.

Ora, cá, como por lá, o que temos é uma gritante falta de visão e planificação, medidas avulsas que fogem do centro da questão.

As intenções até podiam ter um bom fundo, mas, de futuro, servem de pouco. Em vez de mexer nos preços dos combustíveis, talvez fosse hora de debater melhores transportes e incentivos ou, quem sabe, alterar os impostos em torno do tema (sim, porque o Estado ganha muito à conta do que gastamos em combustíveis).

Pelos nossos lados, atendendo ao crescimento e à complexidade da nossa malha urbana, é hora de efetivamente fazer a diferença e colocar a cidade à frente, nas nossas prioridades! Mais do que papéis, o Funchal precisa de ações.

P.S.: Engraçado que, nestas confusões, o ADN é o mesmo. Citando a colunista Helena Matos, a receita é simples:" o socialismo gera sempre o mesmo resultado onde quer que seja aplicado: menos riqueza e uma nomenclatura instalada (…) em que a avidez de recursos cresce a par com a ineficácia". Não há coincidências!

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