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Artigo de Opinião

27/04/2021 08:00

Neste 25 de abril de 2021 a mesma liberdade que foi apregoada, ou conquistada, há 46 anos, é o exemplo que nunca deveremos tomar algo por garantido, que até a liberdade precisa de ser trabalhada, estimada e estimulada. Estamos com uma liberdade restringida de movimentos, amarrada e acorrentada, em que vivemos e somos governados através do medo, medo esse que a cada dia que passa vai conquistando o caminho que a antiga liberdade demorou a desbravar, em que foi necessária coragem para ela brotar, como os cravos que a simbolizam, pelo menos neste cantinho do planeta.

46 anos depois continuamos com défices, a principal preocupação no caso da classe que nos governa é a corrupção, a corrupção que serve de arremesso para ambos os lados da barricada, pois todos têm ‘amigos’ que não se importam de ‘emprestar’ largas somas de dinheiro sem pedir nada em troca, ou pagar casamentos. Esta fixação pela corrupção, esconde a incapacidade de uma classe sem ideias para atacar os problemas que afligem uma sociedade que se encontra na pior crise social, económica e humanitária, que esta geração alguma vez viveu. Não procuram soluções para ajudar economicamente, socialmente, humanitariamente a população que lhes depositou a confiança de liderar um país e uma região, há casos em que arrogância chega a ultrapassar o muro que esperava ter sido erguido a 25 de abril de 1974, em que aparecem os fantasmas da pré-liberdade alcançada nesse dia.

Hoje, escrevo-vos no dia da liberdade, temos classes que não podem exercer a sua profissão, em que a mesma não está autorizada por um governo que insiste na preponderância e na arrogância, que minimiza e impede que as mesmas consigam funcionar minimamente, escondendo-se atrás de uma cortina de ferro. A cultura nesta região está em suspenso, a cultura que conta a história e preserva a mesma desta região está impedida de atuar... Será que foi para isso que aconteceu o 25 de abril? Temos várias classes de trabalhadores que estão impedidas de exercer, a liberdade foi tomada de assalto, a sua circulação continua tomada de assalto. E sabe porquê? Por medo, por arrogância, continuamos num regime que em nada justifica as medidas tomadas e mantidas até ao dia de hoje. Será que somos verdadeiramente livres com o nível de desigualdades criadas?

Ah, a liberdade, o conceito mais frágil que existe na história da humanidade, que temo, num futuro não muito longínquo, ser alvo de apropriação por quem não sabe o que o mesmo significa, mas nisso culpo os intelectuais que não souberam explicar o conceito ao povo, para o povo defender esse conceito.


"Para quem me consegue ouvir, digo, não desesperem

A miséria que está em nós é simplesmente a passagem da ganância

A amargura dos homens que temem a forma como homens progridem

O ódio dos homens não irá passar, ditadores morreram

E o poder que tiraram do povo irá voltar ao povo

Enquanto homens morrerem, a liberdade nunca vai morrer.

Não se entreguem a estes homens anormais

homens de automatizados, com máquinas de mente e coração!

Vocês não são máquinas, não são gado, são homens!

Vocês, as pessoas, têm o poder de fazer esta vida livre e vela

De fazer esta vida uma magnífica aventura

Vamos usar esse poder

Vamos nos unir"

Passagens retiradas de Charles Chaplin no filme "Grande ditador".

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