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Artigo de Opinião

6/03/2021 08:02

Sensivelmente um ano depois, a realidade pandémica agudizou-se, mas as necessidades continuam a ser as mesmas. Continuamos a precisar de uma resposta comum e de uma coordenação rápida e concisa.

A mais recente polémica prende-se ao passaporte de vacinação. Já correram rios de tinta, mil e uma hipocrisias, outras tantas suposições, poucas decisões concretas e várias medidas avulsas tomadas por diferentes países.

Se, por um lado, concordo que, no imediato, possa ser prematuro avançar com um certificado digital ou um passaporte desta natureza, por outro não posso ignorar que é preciso fazer alguma coisa.

É neste âmbito que para nós, cidadãos europeus, a União Europeia pode ter um papel importante.

Precisamos, antes de mais, que nos respondam: afinal o que irá atestar o passaporte de vacinação? Que dados irá conter? Quem terá acesso a estes dados? Quando irá entrar em vigor? O que irá facilitar? Irá, efetivamente e como dizem alguns, discriminar ou apenas promover corredores verdes a quem o tiver? Será um documento interno ou externo? Servirá para que fim? Será um documento uniforme (como o cartão europeu de seguro de doença, por exemplo) ou cada país terá o seu?

É verdade que necessitamos tanto de explicações rápidas, como de uma ação concertada da União Europeia. União, esta, que não pode, de forma alguma, ignorar que vários países já estão a dar sinais claros da sua estratégia no que diz respeito ao passaporte da vacinação. Passaporte, certificado, certificação, aplicação, chamem-lhe o que quiserem porque basta analisar, país a país, para perceber que, tenha o nome que tiver, cada qual tem o seu estratagema para impulsionar a circulação e a retoma.

Não os condenemos. Participemos, antes, ativamente, nessa matéria. Afinal, somos cidadãos europeus metidos ao barulho numa pandemia que dura há tempo suficiente para nos colocar os cabelos em pé.

Mas há mais.

Muito se fala sobre a discriminação que o tal passaporte poderá vir a originar devido ao acesso à vacina, onde julgo que existem duas perspetivas.

A primeira é a de que a vacina não é obrigatória. Portanto, de modo algum, o passaporte, o certificado, a aplicação ou o que lhe quiserem chamar, pode diferenciar quem não tenha sido inoculado.

A segunda prende-se com a disponibilidade da própria vacina no mundo.

É certo que vivemos realidades diferentes no que concerne à sua disponibilidade, aos planos de vacinação e até à própria produção. Mas é igualmente por estas razões que precisamos de uma intervenção global que ajuste as nossas questões à realidade que vivemos, às necessidades sociais e económicas e, acima de tudo, à proteção de saúde pública. Pois convenhamos que, com ou sem passaporte, teremos, todos (e aqui somos unânimes), durante muito tempo, de manter os cuidados sanitários que temos vindo a ter até então.

Continuamos todos metidos ao barulho numa pandemia sem igual, a viver numa União que já despertou, mas que precisa de meter os pontos nos is, sem subterfúgios.

O passaporte de vacinação é mais um tema que mostra que temos de estar organizados para chegar a bom porto!

E nós, na Madeira, a quem o turismo tanto diz, sabemos da importância da coordenação na mobilidade. Será que o passaporte pode fazer parte do nosso caminho? É porque também aqui estamos metidos ao barulho.

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