MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Vice-presidente da ALRAM

23/01/2021 08:05

Mesmo assim, até ao mês de novembro, estivemos com um número de casos reduzido, não sendo nunca demasiado realçar o trabalho profícuo e exemplar na contenção da propagação do vírus.

Mas, mesmo com todas as medidas tomadas, no início de novembro, pelo Governo Regional nomeadamente a dupla testagem, e reforçadas ao longo do mês de dezembro, mais os constantes alertas e apelos à responsabilização individual, era expectável que o número de casos de COVID-19 apresentasse uma subida, porque, mesmo com restrições os contactos e convívios são sempre muitos no Natal e Fim-de-Ano. Aliás, viu-se isso em todo o mundo com o aumento dos casos e óbitos.

Desde o encerramento de estabelecimentos de diversão noturna, a limitação dos horários do comércio em geral, a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública, a suspensão de todas as competições do desporto não profissional, a suspensão das visitas aos lares, a limitação do número de pessoas em diversos espaços e estabelecimentos, até a dupla testagem aos passageiros com residência na Madeira, foram tomadas as medidas tidas como necessárias, face aos números epidemiológicos diários.

Infelizmente, apesar de todas estas medidas profiláticas e restritivas, os números subiram. Infelizmente, tivemos mais casos. Poucos dias depois da entrada no novo ano, sentimos os efeitos da época natalícia e, simultaneamente, sentimos também os efeitos da nova estirpe identificada no Reino Unido. Revelou-se urgente dinamizar novas ações. A suspensão das aulas presenciais no ensino secundário e no 3º ciclo, e o recolher obrigatório entre as 18h e/ou 19h e as 05h, foram as medidas mais impactantes que o executivo regional teve que tomar durante o mês de janeiro, no sentido de diminuir os contactos físicos e sociais, e por sua vez quebrar as cadeias
de transmissão.

Não são as medidas mais populares, mas são as necessárias. O momento que vivemos é delicado. Mais do que nunca estamos a ser postos à prova, não apenas como indivíduos, mas sobretudo como sociedade. O difícil e delicado é precisamente o equilíbrio entre a adoção de medidas restritivas, manter a economia a funcionar e garantir a proteção social a todos.

Esta pandemia trouxe-nos um já largo período de provação. As pessoas já apresentam sinais de fadiga, de intolerância, e inevitavelmente tornam-se mais exigentes.

Há também aqueles que não conseguem interiorizar e racionalizar o que está a acontecer, que não aceitam as evidências, e que já se habituaram, insensivelmente, aos números que diariamente somos bombardeados. Temos todos de cooperar. Não vale a pena procurar bodes expiatórios. Todos somos chamados a colaborar.

É certo que se impõe firmeza e assertividade, mas também ponderação e serenidade no caminho a seguir.

A nós cabe-nos confiar nos especialistas de saúde pública, cumprir com as medidas em vigor, e assumirmos, todos, a nossa função essencial neste tempo de pandemia, que é a de sermos verdadeiros agentes de saúde pública. É duro, bem sei.

Estou certa que juntos iremos transformar os nossos medos, as nossas ansiedades neste tempo de incerteza em coragem e perseverança para ultrapassar esta crise pandémica.

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