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Artigo de Opinião

8/01/2021 08:05

Imagine-se que esse "jornal", ou "portal de notícias", era sorrateiramente partilhado nas redes sociais por um exército de perfis falsos, de modo a propagandear a imagem política do líder do governo e servir de contraditório, de veracidade duvidosa, aos embaraços e putativas trapalhadas governativas. E já agora dê de barato a contratação de recursos, humanos e logísticos, para operacionalizar esse "jornal". Era um escândalo, não é? Comissões de inquérito, telejornais, fact checks, publicações em blogues anónimos. Já agora faça o exercício mental de substituir "madeira.pt" por "funchal.pt" e reler todo o texto acima na perspetiva da autarquia funchalense. No Pasa Nada! Normal. Lembrei-me de fazer este exercício de criatividade ao ler esta semana uma suposta notícia que sugeria que o Tribunal Administrativo do Funchal teria desautorizado a decisão do tribunal de contas de chumbar a adjudicação por parte da Câmara da empreitada da antiga escola de Santa Rita. Quem mandou escrever a "notícia" sabe bem que o Administrativo apenas confirmou que a empresa vencedora poderia ter concorrido, mas não se pronuncia, sobre a decisão de vitória. Nem podia. Ou seja, o Administrativo diz que a empresa pode estar no concurso e o TC diz que ela não pode vencer o mesmo, por ilegalidades na adjudicação. Coisa diferentes. Para o funchal.pt, não são, embora na última linha lá diga que o concurso tem de ser repetido. Fui ver as restantes "notícias", e o tom é sempre o mesmo. Assemelha-se com um canal de clubes de futebol, onde a nossa equipa perde sempre por culpa do árbitro, dos penáltis que não foram assinalados, ou porque, vejam só, o guarda-redes do adversário decidiu defender tudo! E nunca(!) o presidente do nosso clube tem culpa das trapalhadas em que se mete! É pena que um domínio online com a dignidade que o nome funchal.pt exigiria, esteja reduzido a este nível de mediocridade. Um meio termo entre o "esquerda.net", do BE, e a BTV do Pedro Guerra (atenção, sou benfiquista).

14 minutos!

Encontrei há dias um militante socialista que me dizia: "Ainda ontem o presidente da CMF teve direito a 3 peças no telejornal, mais que todo o governo junto. Isto estatisticamente é uma aberração"! Fiquei a matutar no assunto até porque já não era a primeira vez que me diziam algo do género. Não está em causa a necessidade de aparecer, de se tornar conhecido, nem a diligência em organizar momentos mediáticos para aparecer na (antiga) tela mágica. O que é realmente estranho é que tendo a RTP-M recursos limitados, e não podendo comparecer a todas as solicitações que lhe são sugeridas pela agenda política, não dispense a presença nas mais banais iniciativas da autoria camarária. Um exemplo disso mesmo são os já famosos 14 minutos(!!!) a que o edil do Funchal teve direito no telejornal de dia 2 de janeiro, para exigir qualquer coisa que se percebeu serem uns "instrumentos como têm no continente" de combate à pandemia, que não chegou a concretizar, nem foi questionado sobre os mesmo, e sobre os quais a CMF não tem qualquer jurisdição. Mas ficou bem na fotografia. Destaque-se a competência e inteligência mediáticas. Mas qual a razão do telejornal da RTP transmitir 4 minutos de peça gravada mais 10 minutos em estúdio, sobre o mesmo tema, com a mesma pessoa? Porque não esteve também em estúdio Pedro Coelho, do outro conselho visado nas peças? Porque não foi confrontado o edil do Funchal com a sua insistência em organizar a Noite do Mercado, quando toda a prudência sanitário o desaconselhava e, felizmente, a autoridade de saúde regional não o autorizou?

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