Há uma “nova” #EuropanaEscola
Estávamos no ano de 2017, quando Jean Claude Juncker, então presidente da Comissão Europeia, sugeria no seu discurso sobre o estado da União que os dirigentes da Europa se reunissem, em Sibiu (Roménia) para preparar o futuro da UE, momentos antes das eleições europeias que teriam lugar entre 23 e 26 de maio de 2019. Desse encontro em Sibiu, os dirigentes da UE preparam uma agenda estratégica para os cinco anos vindouros, onde questões como a digitalização, as alterações climáticas, o ambiente e a demografia faziam já parte do lote das preocupações para o futuro da Europa. Outra preocupação era (e continua a ser) a comunicação, ou melhor, a (in)capacidade das instituições europeias e dos seus Estados-membros conseguirem comunicar eficazmente com os cidadãos, numa conjuntura marcada pela crescente desinformação.
Deste encontro resultaram diversas recomendações da Comissão, entre elas, a constatação (óbvia, diria eu) que “a comunicação sobre a UE é uma responsabilidade partilhada pelas suas instituições e pelos Estados-Membros a todos os níveis – nacional, regional e local” e que, também por isso, “não pode ser encarada de ânimo leve, nem tratada apenas a posteriori”. Seria preciso, no entender de a Comissão “incentivar e apoiar um maior conhecimento geral sobre a História, o funcionamento e as competências da UE, nomeadamente através dos programas de ensino”, perante a evidência incontestável de que “a educação e o ensino têm um papel fundamental a desempenhar na explicação e na promoção da compreensão dos papéis e competências respetivos da União e dos Estados-Membros” (CE, 2019).
Dito isto, o desafio passa em grande parte, pela capacidade de cada Estado-Membro assegurar que a educação cívica europeia seja reforçada na aprendizagem formal dos jovens. Paralelamente, será necessário contrariar a ideia (corrente) de que ainda há muita dificuldade no acesso à informação sobre o projeto europeu e que isso, por si só, explica o afastamento dos jovens das temáticas europeias. Bem pelo contrário! Se há algo de que as instituições europeias se podem orgulhar é da sua capacidade de disponibilizar de forma acessível e transparente, quantidades intermináveis de informação sobre os mais variados domínios da sua atuação. Quanto muito, entre outros fatores, o problema poderá também estar na dificuldade em encontrar e selecionar essa mesma informação, seja pela inexistência de meios tecnológicos que permitam esse acesso, ou eventualmente, pela falta de competências digitais necessárias ao processo de pesquisa.
Ciente desta realidade, a Representação da Comissão Europeia em Portugal apresentou recentemente o projeto #aEuropanaEscola, tendo como finalidade simplificar o acesso a conteúdos pedagógicos sobre a UE. Com este projeto, a Representação da Comissão Europeia procura simplificar a divulgação das temáticas europeias, da História, do funcionamento das instituições europeias, dos papéis e das competências da União e dos seus Estados-Membros. Procura, enfim, divulgar os valores que nos caracterizam enquanto europeus e contribuir para uma cidadania europeia mais consciente e participativa.
Através da plataforma online (gratuita) www.aeuropanaescola.eu, os professores que têm nas suas áreas curriculares conteúdos programáticos ligados às temáticas europeias, dispõem de um conjunto de toolkits que cobrem todos os níveis de ensino e que articulam os curricula com o perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. Estas ferramentas estão disponíveis para download e asseguram ao professor um guião completo com estratégias de atuação na sala de aula para desenvolver determinadas temáticas europeias, fazendo uso dos muitos recursos pedagógicos já existentes nas plataformas europeias e que eram desconhecidos por muitos, nomeadamente o “espaço de aprendizagem”, um sítio web que funciona como repositório de materiais de trabalho, documentos, vídeos, jogos e outros recursos sobre a União Europeia.
Paralelamente ao lançamento do site, a Representação desenvolveu no passado mês de outubro um conjunto de cinco ações de formação de curta duração online (acreditadas pela DGE) que foram um verdadeiro sucesso juntos dos participantes. No presente ano letivo, prevêem-se ainda a realização de workshops sobre este projeto, estando o Europe Direct Madeira em sintonia com a Representação da Comissão Europeia, sobre a possibilidade de se promoverem ações específicas neste domínio, para os docentes da Região Autónoma da Madeira.