Todos os pais querem o melhor para os seus filhos…

Nos tempos de hoje, por vezes baralham-se as prioridades e escolher o que realmente importa na educação dos filhos pode ser uma tarefa complicada. Dividimo-nos entre as exigências da profissão, as tarefas domésticas, a vida familiar e escolar dos nossos filhos. Não esquecendo que todo o nosso tempo é contado ao minuto para conjugar todas estas “lides”, dia após dia.

Queremos que os nossos filhos cresçam, para que sejam adultos saudáveis, que concretizem todos os seus objetivos pessoais e profissionais, sejam, acima de tudo, felizes.

É preciso, na nossa rotina diária, incutir-lhes autoconfiança. Uma atitude positiva em relação às suas próprias capacidades e desempenho. Sendo auto-confiantes, possuem a convicção que sabem fazer alguma coisa, que conseguem alcançar algo que desejam, que superaram dificuldades e que podem prescindir de algo, quando não se identificam.

É fundamental incutir regras, que regulem os seus comportamentos. As regras devem ser claras, consistentes e coerentes e quando os filhos as cumprem, devem ser reforçados, por um elogio. Quando não as cumprem, assume-se aqui uma perda de privilégios, por exemplo a retirada de algum brinquedo. Assim, desde muito cedo, os nossos filhos tomam consciência de que os seus comportamentos, as suas atitudes e os seus desejos, têm limites que não devem ser ultrapassados.

Pouco a pouco, aprenderão a enfrentar a frustração que deriva da impossibilidade de fazer tudo o que desejam e nisto aprenderão a valorizar o que alcançam e a esforçar-se para as conseguir.

Para motivar as crianças a mudarem de comportamento os pais devem recompensar, em vez de ameaçar. Concentrar os filhos no êxito e não no fracasso, é mais eficaz. Muitas vezes, tudo o que os filhos precisam é que os pais reparem nas suas conquistas e com o dia a dia atarefado, nós, pais, só nos focamos no que fazem de mal e deixamos de apreciar o que têm e o que fazem de bom. Com isto, não estou a querer dizer que as críticas não devem ser feitas. Estas têm o seu lugar, mas nunca em termos pessoais. É o comportamento que deve ser repreendido e não a criança – “É egoísmo não partilhar os brinquedos”, em vez de dizer “és egoísta”, pode fazer toda a diferença.

Por outro lado, uma boa relação afetiva, baseada no respeito mútuo, no afeto, na confiança, na segurança e na partilha das alegrias e tristezas, é a chave para o equilíbrio emocional de todos os membros da família. Se confiarmos nos nossos filhos, reforçarmos os seus comportamentos positivos e esclarecermos as suas dúvidas, crescerão num ambiente de segurança e equilíbrio, que lhes permitirá, fazer escolhas assertivas e saudáveis.

A comunicação, outro pilar fundamental, que merece total atenção, quando se fala de relações pais/filhos. Uma boa comunicação entre os vários membros da família, possibilita-nos filhos mais auto-confiantes, terão mais facilidade em partilhar e pedir ajuda quando necessária. Capacita-os para tomarem decisões adequadas, ao longo da vida. A transmissão de valores e princípios deve ser clara e funcionar como referência de todo o comportamento da família. Valores como a honestidade, a solidariedade, a partilha, a saúde, o respeito, … devem ser partilhados e fazer parte da conduta de todos.

O comportamento dos pais é importante e decisivo, pois sendo a imitação uma das principais formas de aprendizagem, os pais são os modelos dos seus filhos. Eles aprendem vendo o que os pais fazem, replicam o seu comportamento numa outra situação idêntica. As nossas atitudes têm uma implicação direta no crescimento dos nossos filhos.

​Por último, nesta minha reflexão como mãe, os pais devem ter presente que ensinar os filhos a ocupar adequadamente os seu tempo livre faz parte do processo educativo. Devem incentivar os filhos a adotarem hábitos de vida saudáveis e, simultaneamente, transmitir-lhes a ideia que é possível divertirem-se. Sempre que possível, envolva-se nas atividades dos seus filhos, nas suas brincadeiras, proporcione-lhes momentos de partilha mútua, pois são estes momentos que se tornam inesquecíveis e de aprendizagem para ambos. JM