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Artigo de Opinião

23/05/2023 08:00

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, está farta de alertar e continua a subir as taxas de juro para que os preços parem de aumentar. Estes políticos regionais são mesmo uns más-línguas e insistem em disparatar. Sim, a vida está cara e não é só no supermercado e nos combustíveis, as "agências de viagens" também foram afetadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. O que mais faltava era a diáspora madeirense, espalhada pelo mundo, ficar privada da visita dos nossos ilustres governantes, por meia dúzia de euros. Pelo amor de deus, 120 mil euros, é uma ninharia nos dias de hoje. A culpa é da inflação, meus senhores! Sejam sinceros e deixem-se de demagogia e fazer folhetins à custa da má política monetária europeia, da qual o Governo Regional da Madeira não tem culpa nenhuma.

Ainda mais grave foi o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal, ter ido nesta cantiga e obrigado o Governo Regional a publicar toda a documentação relativa aos gastos da viagem. A isto acrescem ainda os custos do advogado Guilherme Silva - cerca de €8.235 - para defender o direito do Governo não entregar a documentação. Foi pior a emenda que o soneto.

Era escusado estarmos a falar destas mesquinhices e a ocupar um órgão de soberania com tamanha minudência, o ex-presidente do Governo Regional, o Dr. Alberto João Jardim, deslocava-se frequentemente a Bruxelas e nunca deu o cavaco a ninguém e a justiça portuguesa nunca se importou com isso. Querem mais escrutínio público do que convidar jornalistas dos principais jornais da Região para cobrir a viagem? Convém explicar que a viagem de Miguel Albuquerque foi acompanhada por dois emissários dos matutinos madeirenses. Mais transparência que isto é impossível.

Afinal de contas, não pode o Governo Regional da Madeira gastar 120 mil euros para ir inaugurar uma réplica do Santuário de Nossa Senhora de Fátima na Venezuela que, a muito custo, foi edificado pela diáspora madeirense. Se compararmos com os 50 milhões que o País vai gastar para a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, a viagem à Venezuela foi uma pechincha. Já chega desta dualidade de critérios, a imprensa nacional, aproveita-se de qualquer assunto para deixar cair no esquecimento os temas incómodos e comprometedores da governação de António Costa. Temos sido uns mártires. Já não bastou quando o país teve de ser resgatado pela Troika, em 2011, para não entrar em bancarrota e só se falavam nas televisões do continente do "buraco da Madeira", como se fossemos os responsáveis por todos males do país. Quando era sobejamente conhecido que a dívida oculta tinha sido um mal necessário para o desenvolvimento do arquipélago e que era uma agulha no palheiro em comparação ao despesismo público do resto do País.

Alguém tem de dizer que a Madeira não pode continuar a ser usada como bode expiatório.

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