Depois de, no final da semana passada, ter sido amplamente divulgada uma imagem a dar conta da montagem de diversas tendas no Pico Ruivo, um ‘acampamento selvagem’ que motivou inclusivamente ação da Polícia Florestal, eis que voltaram a surgir esta terça-feira registos fotográficos que dão conta de outro acampamento que reflete falta de civismo no tratamento do património natural e paisagístico da Região, nomeadamente no Fanal.
As novas imagens, difundidas entre guias, motoristas e demais profissionais ligados ao Turismo, têm gerado indignação, sendo que os mesmos lamentam o atual perfil do turista que visita a Região. Um visitante que vem com intenção de gastar o mínimo, tanto que, em casos como os que o JM tem vindo a divulgar, pernoita até em nos carros que aluga para visitar a ilha.
Neste caso em específico, os trabalhadores do setor repugnam o facto de estar a ser feito um atentado contra uma área que é protegida e que se distingue pelas suas árvores centenárias, que são aqui utilizadas como estendal para roupa. De lamentar, igualmente, o lixo que é deixado para trás no final da ‘estadia’.
Refira-se que o Fanal está inserido nas áreas florestais públicas em que é autorizada a atividade campista, desde que a mesma obedeça à regulamentação própria, carecendo igualmente do respetivo licenciamento emitido pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).
Polícia Florestal vai agir
O JM contactou o presidente do IFCN, Manuel Filipe, que confirmou ter já conhecimento da situação. Nesse âmbito, uma equipa da Polícia Florestal foi mobilizada para o local no sentido de fiscalizar, de mandar desamarrar as cordas colocadas nas árvores centenárias e de perceber se estes campistas possuem ou não licença para a atividade. Os campistas serão devidamente identificados, uma vez que está implícito que a atividade campista nos espaços florestais públicos exige boas práticas, que não causem danos na fauna e flora madeirense.
"Não é possível acampar daquela forma, amarrando cordas em árvores centenárias e metendo roupas a secar. Estão definidos os locais e as regras do campismo, mas há determinados procedimentos que não são possíveis", afirmou.
Manuel Filipe aproveita a ocasião para sensibilizar todos os que pretendam acampar nas serras madeirenses que é expressamente proibido não só fazê-lo sem licenciamento, como também realizar fogueiras nestas zonas durante o período de acampamento. Sobretudo em alturas de mais calor, as fogueiras facilmente se podem descontrolar e provocar incêndios de consideráveis dimensões.
Mais informações sobre atividades de campismo em áreas florestais podem ser obtidas aqui.
Catarina Gouveia