Incêndios: Biólogo estima 300 veados, corços e javalis mortos na Serra da Lousã
Pelo menos 300 veados, corços e javalis terão morrido, na Serra da Lousã, nos incêndios que assolaram os concelhos da região desde o dia 17, disse hoje à agência Lusa o biólogo Carlos Fonseca.
No entanto, “apesar de não ser extraordinário, o cenário é bastante positivo, tendo sobrevivido muitos destes animais que, pelo seu instinto natural, conseguiram escapar à frente das chamas”, revelou o professor da Universidade de Aveiro, que monitoriza estas populações há mais de 20 anos.
Durante vários dias desta semana, a equipa de Carlos Fonseca percorreu centenas de quilómetros, nos municípios ligados à Serra da Lousã, “numa tentativa de avaliar o impacto deste intenso e extenso incêndio” nas comunidades de javalis, veados e corços.
Os dados divulgados hoje à agência Lusa "devem ser considerados preliminares", pois carecem de "mais trabalho de campo e confirmação”, ressalvou.
“É preciso mudar e a mudança tem de se fazer em cada um de nós e na forma como agimos. O uso múltiplo da floresta tem de ser implementado, sendo que as espécies cinegéticas no nosso território, com destaque para o javali, o corço e o veado, são também parte deste uso e da valorização florestal pretendida”, defende o investigador, num documento – a que a Lusa teve acesso – enviado aos presidentes dos sete municípios atingidos pelos fogos da segunda quinzena de junho, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco.
Segundo Carlos Fonseca, “as áreas urbanas e periurbanas deverão ter um tratamento especial, não descurando o sempre potencial conflito destes animais com os habitantes locais, que são a alma e a identidade do território”.
“Contem comigo e com a Universidade de Aveiro na construção de um futuro mais sustentável e promissor deste nosso território”, acentua.
Pelo menos 300 exemplares de caça maior terã
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