Novo projeto europeu do ITI usa tecnologia para promover inclusão social
Tem início esta semana um novo projeto financiado pela União Europeia que junta investigadores, comunidades e empresas, para promover a visibilidade e integração de comunidades vulneráveis através de uso de inteligência artificial e realidade aumentada.
O projeto, do qual o ITI - Instituto de Tecnologias Interativas / LARSyS é parceiro, é coordenado pelo IIT - Istituto Italiano di Tecnologia em Génova, que obteve o investimento de 4 milhões de euros, o qual servirá para desenvolver uma aplicação para smartphone que permita mostrar os elementos de comunidades socialmente excluídas enquanto indivíduos através das suas histórias de vida, numa abordagem integrada entre cultura, narrativas, ciência e tecnologia, em Portugal, Espanha e França. Em Portugal juntam-se a empresa cultural Mapa das Ideias, e a ONG Instituto do Marquês de Valle Flôr (IMVF) para recolher e mostrar as histórias das pessoas das comunidades migrantes de Lisboa.
A equipa do projeto do Interactive Technologies Institute do Laboratório de Robóticas e Sistemas de Engenharia (LARSyS) do Instituto Superior Técnico (IST), é uma das unidades de investigação acolhidas na RAM na ARDITI - Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação. É liderado pela Professora Valentina Nisi e pelo Professor Nuno Nunes, também membros da direção do ITI / LARSyS, neste projeto que está inserido no tópico ‘Transformações Socioeconómicas e Culturais no Contexto da Quarta Revolução Industrial’, uma ação de Investigação e Inovação e terá uma duração de 36 meses. É intitulado MEMEX - MEMories and EXperiences for inclusive digital storytelling.
As novas tecnologias MEMEX permitirão contar as histórias de comunidades vulneráveis, permitindo construir caminhos narrativos com imagens, vídeos, e mapas em e à volta de patrimónios culturais de territórios diferentes. As comunidades poderão beneficiar de uma plataforma que lhes permite apresentar as suas narrativas, ao mesmo tempo que reforça os seus laços nos territórios em que se encontram. A criação da APP MEMEX tem o potencial para impactar positivamente as sociedades multiculturais da Europa, enquanto instrumento digital de aprendizagem para uso em escolas e outras instituições educadoras, enquanto instrumento de apoio à definição de políticas de inclusão social (decorrentes de recomendações que serão criadas pelo projeto), ou enquanto meio de expressão para artistas e comunidades digitais.
O primeiro estudo de investigação teve lugar em Lisboa e liderados pela doutoranda Vanessa Cesário, investigadora do ITI / LARSyS, e Ivo Oosterbeek e Ilídio Louro da empresa Mapa das Ideias que trabalharam em colaboração com Mónica Santos Silva do IMVF na coleção de histórias e memórias de jovens adultos portugueses, primeira geração de imigrantes em Portugal. Este estudo tratou-se primeiramente de envolver os participantes num desafio de uma semana onde foram solicitados fotografarem espaços que lhes transmitisse algo pessoal. Posteriormente, fizeram parte de uma sessão de design participativo (co-design) onde trabalharam as histórias provenientes das fotografias selecionadas por todos. Os dados qualitativos da sessão, áudios e vídeos, estão a ser analisados no ITI e disseminados através das redes sociais do projeto @memexproject (instagram e twitter) assim como através do website. O objetivo da análise qualitativa desta sessão de co-design é identificar os requisitos de utilizador que uma aplicação deste tipo deverá ter. Desta forma, este primeiro estudo é de alta importância para o projeto e será replicado pelo ITI em Paris e Barcelona - outras das cidades onde os estudos MEMEX terão lugar. O consórcio é composto por: IIT - Instituto Italiano de Tecnologia (Itália), Universidade de Veneza - Ca' Foscari (Italy), Ernst & Young (Itália), ECCOM (Itália), Mapillary (Suécia), Instituto de Tecnologias Interativas - LARSyS (Portugal), Associação Michael Culture (Bélgica), Dedalè (França), InterArts (Espanha), Noho (Irlanda), e Mapa das Ideias (Portugal).