Aproveitamento de recursos geológicos aumenta em Portugal

Lusa

O aproveitamento de recursos geológicos em Portugal está a aumentar, afirmou hoje o secretário de Estado da Energia, Jorge Sanches, referindo que neste mandato já atribuiu 18 concessões mineiras em todo o país.

“Este Governo já atribuiu 18 concessões mineiras, o que significa que há um aumento de atividade deste setor”, afirmou Jorge Sanches nas Caldas da Rainha, onde hoje assinou com a autarquia o contrato de Concessão de Exploração da Água Termal.

Dos cerca de 100 processos desbloqueados pelo Governo, no que toca a recursos naturais, “12 são relativos a águas termais”, revelou o governante, sublinhando a importância deste recurso para a “economia do país”.

A concessão da exploração da água termal à autarquia das Caldas da Rainha, por um período de 50 anos, é disso exemplo, vincou o secretário de Estado, considerando tratar-se de “uma grande oportunidade para [o concelho] voltar a ganhar centralidade em termos regionais” e de “uma grande oportunidade para o turismo do Centro”, a região do país que mais cresceu em termos turísticos.

O contrato que atribui à câmara a exploração de uma área de 175 hectares de nascentes de água termal, marca, para o presidente da autarquia, Fernando Tinta Ferreira, a viragem “histórica” no relançamento do termalismo.

“Passaremos a ser a principal unidade termal a norte de Lisboa”, afirmou Tinta Ferreira, estimando que os tratamentos termais “reabram já este ano ao nível de inalações”.

A reabertura do Hospital Termal das Caldas da Rainha, encerrado desde 2012 devido à contaminação das águas com a bactéria ‘legionella’, vai “acontecer de forma faseada até 2020”, anunciou Tinta Ferreira, estimando que em 2019 estejam concluídas as obras da ala sul do edifício para que sejam iniciados “tratamentos de duche e banheira”.

Em 2020 a autarquia prevê abrir “uma segunda ala de duches e banheiras e uma pequena piscina”, concluindo assim o investimento previsto realizar no balneário novo.

A concessão da exploração da água termal foi negociada com a tutela após a autarquia ter visto aprovada pelo Governo a cedência do património termal (Hospital, Parque e Pavilhões do Parque), comprometendo-se a investir 11,5 milhões de euros.

Destes 2,5 milhões destinam-se à requalificação do Hospital termal e nove milhões à recuperação dos Pavilhões do Parque, um dos 30 edifícios históricos integrados no programa REVIVE.

Os pavilhões foram já concessionados ao grupo Visabeira, que se propôs investir 15 milhões de euros na construção de um hotel de cinco estrelas que o contrato estabelece que terá que estar aberto ao público no final de 2020.

O Hospital Termal das Caldas da Rainha, mandado construir pela Rainha D. Leonor, é o hospital termal mais antigo do mundo e funcionou ininterruptamente entre 1485 e 1997, ano a partir do qual se começaram a fazer-se sentir problemas na rede de captação e distribuição de água termal.

O hospital foi encerrado em 2005, em 2009 e definitivamente em 2012, com a imposição de só reabrir após a realização de obras da canalização, já efetuadas pela câmara, num investimento de 600 mil euros.