Jovens em centros educativos com maior prevalência de consumo de álcool

Lusa

Os jovens internados em centros educativos apresentavam, em 2015, uma prevalência de consumo de bebidas alcoólicas e padrões de consumo nocivo superiores às de outras populações juvenis, segundo um relatório que será hoje apresentado.

“A situação do país em matéria de álcool” foi elaborado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e apresenta, pela primeira vez, dados do Inquérito sobre comportamentos aditivos em jovens internados em Centros Educativos.

O documento indica que estes jovens apresentavam, antes do internamento, uma “prevalência de consumo de bebidas alcoólicas, e sobretudo padrões de consumo nocivo, superiores às de outras populações juvenis”.

Os dados apontam para cerca de 93% de inquiridos que já tinham consumido bebidas alcoólicas, sendo que 82% e 72% fizeram-no nos últimos 12 meses e últimos 30 dias antes do internamento, respetivamente.

As bebidas alcoólicas mais prevalentes nos 12 meses antes do internamento foram as espirituosas e a cerveja.

O relatório sublinha a “significativa diminuição destes consumos com o início do internamento (32% e 23% nos últimos 12 meses e últimos 30 dias) e ainda mais quando se restringe ao Centro Educativo (10% e 7%).

Sobre os padrões de consumo de risco acrescido, nos 30 dias antes do internamento, 45% dos jovens tinham tido consumos binge (intensivos), 53% bebido até ficarem alegres e 29% atingido um estado de embriaguez severa.

“Com o início do internamento constata-se uma redução drástica destas práticas, com 10%, 14% e 5% dos jovens a declararem ter tido consumos binge, ou ficado alegres, ou em estado de embriaguez severa, nos últimos 30 dias do internamento".

A maioria dos inquiridos (61%) e 67% dos consumidores declararam que habitualmente consumiam, numa mesma ocasião, álcool com pelo menos outra substância psicoativa.