A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) defendeu hoje a negociação de acordos com o setor privado e social de forma a reforçar a resposta à pandemia da covid-19 e exigiu também uma "operacionalização transparente" da vacinação.
Em comunicado, a federação que junta os sindicatos médicos regionais do Norte, Centro e Sul, enumera um conjunto de medidas que considera "fundamentais" no combate à pandemia do novo coronavírus nesta que é a segunda semana em que Portugal tem registado novos máximos diários de mortes e infeções.
"A progressão avassaladora da covid-19 em Portugal exige que todos nós, individualmente e de forma organizada, procuremos as melhores soluções no sentido de conter a transmissão da infeção na comunidade, o maior problema com que nos deparamos atualmente", refere a FNAM.
Os médicos somam também a convicção de que tem de existir "a todos os níveis, nacional e local, político e social, uma elevada consciência da gravidade da situação que permita a adoção de atitudes e comportamentos coerentes, colaborativos e adequados ao momento complexo que vivemos na saúde e consequentemente do ponto de vista social, económico e cultural".
"Aumentar a capacidade de resposta do SNS [Serviço Nacional de Saúde], ao nível dos cuidados de saúde primários — saúde pública e centros de saúde — para travar o contágio na comunidade, acompanhar as pessoas com doença ligeira a moderada por SARS CoV-2 e manter a vigilância de saúde, designadamente, de grupos de risco e grupos vulneráveis", é uma das medidas defendidas pela FNAM.
Já para "constituir equipas ao nível dos cuidados de saúde de proximidade e dos hospitais", a federação quer que a tutela contrate "todos os médicos e outros profissionais de saúde disponíveis".
Outra das medidas "urgentes e inadiáveis" elencadas é a negociação das condições de trabalho que "permitam manter e atrair médicos para o SNS, quer para o tempo de pandemia quer para a recuperação de atividade assistencial".
"Continuar a negociação de acordos com os setores privado e social, no sentido de reforçar a resposta hospitalar à COVID-19, aplicando, em última instância, e em caso de necessidade ditada pelo interesse público, as salvaguardas definidas na Lei de Bases da Saúde", lê-se também no comunicado.
Lusa