A Iniciativa Liberal considerou hoje que o primeiro-ministro deve explicações ao país sobre a demissão da ministra da Saúde, defendendo que se António Costa optar por uma solução de continuidade permanecerá como "o maior responsável pelo estado calamitoso do SNS".
"A demissão da ministra da Saúde, anunciada esta madrugada, não significa, necessariamente, uma alteração das políticas que este Governo tem vindo a seguir na área da Saúde e que têm conduzido ao caos no SNS que a Iniciativa Liberal denuncia sistematicamente há já largos meses. Ficamos sem saber se se demite uma ministra ou se se acaba uma política", afirmou o presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, numa nota enviada à agência Lusa.
Na opinião do liberal, "não é possível dizer se esta demissão é uma boa ou uma má notícia para aqueles portugueses que não têm alternativa senão recorrer aos serviços públicos de saúde", mas é preciso perceber os motivos alegados por Marta Temido no momento da demissão.
"Sobretudo, é essencial entender se o senhor primeiro-ministro, que aceitou a demissão de imediato, está na prática a assumir o falhanço das opções políticas pelas quais é responsável. O chefe do Governo tem de vir dar explicações ao país e dizer, com clareza, que orientações políticas vai dar ao novo titular da pasta", desafiou.
Para João Cotrim Figueiredo, "se António Costa optar por uma solução de continuidade de políticas e de responsáveis, continuará, também, a ser o maior responsável pelo estado calamitoso do SNS".
A IL insiste na necessidade de "reforma profunda do sistema", baseada "na concorrência entre prestadores e na liberdade de escolha dos doentes".
A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo, que foi aceite pelo primeiro-ministro.
Lusa