O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje ter sido bem-sucedido o primeiro teste do míssil balístico de fabrico ucraniano, poucos dias após celebrar o uso de um novo drone-míssil de longo alcance.
“O primeiro míssil balístico ucraniano foi testado com sucesso”, declarou o líder numa conferência de imprensa, em Kiev, congratulando a indústria de defesa do país, mas escusando-se a dar mais detalhes.
Estes mísseis têm uma trajetória predominantemente balística, ou seja, influenciada apenas pela gravidade e pela velocidade adquirida na propulsão inicial.
Há dois dias, Zelensky tinha comemorado a chegada ao campo de batalha de um novo drone-míssil de longo alcance, o ‘Palianytsia’, notando o sucesso da primeira utilização da nova arma.
Batizado numa referência a um pão ucraniano tradicional, o ‘Palianytsia’ “foi desenvolvido no país para destruir o potencial ofensivo” da Rússia, afirmou, nessa altura, o Presidente.
A indústria de defesa ucraniana, frequentemente apoiada por financiamentos ou parcerias ocidentais, expandiu-se significativamente desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
No final do ano passado, Zelensky tinha garantido que a Ucrânia produziria um milhão de drones em 2024 para responder às necessidades do exército.
Sobre a operação na região russa de Kursk, Zelensky caracterizou-a como operação defensiva e não uma ocupação.
“Não há uma ocupação pela nossa parte ao dia de hoje”, afirmou o Presidente, que tem insistido que a ofensiva em Kursk, iniciada no passado dia 06, não visa ocupar regiões estrangeiras.
“Temos que defender o nosso território e estamos a usar todos os meios desde o território da Federação Russa para impedir que ocupem o nosso”, justificou Zelensky sobre a operação em Kursk, onde, segundo o comandante-em-chefe das Forças Armadas Ucranianas, Oleksandr Syrsky, a Ucrânia controla cerca de cem localidades e quase 1.300 quilómetros quadrados.
Reportando-se à ausência de relatos de massacres, saques ou outros abusos por parte das tropas ucranianos na região russa em contradição com o exército russo na Ucrânia, o chefe de Estado afirmou: “Acredito que o nosso povo é simplesmente melhor”.
“Nós comportamo-nos como seres humanos e é importante preservar isso”, sublinhou.
O responsável acusou ainda o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de preferir conquistar mais territórios ucranianos em vez de defender Kursk, referindo que, assim, a comunidade internacional, especialmente o Sul Global, percebe que esta guerra não é de natureza defensiva como tem argumentado o Kremlin.
O Presidente anunciou ainda a utilização de caças F-16, fornecidos pelos parceiros ocidentais, para repelir os últimos ataques aéreos russos em grande escala, ressalvando que o número de aeronaves recebidas não é “suficiente”.