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Venezuela: Libertados 76 adolescentes detidos em protestos pós eleições presidenciais

Data de publicação
02 Setembro 2024
8:24

A organização não-governamental venezuelana Fórum Penal informou ontem que as autoridades libertaram 76 adolescentes detidos nos protestos pós-eleições presidenciais de julho, em que o Presidente Nicolas Maduro foi oficialmente declarado vencedor, consideras fraudulentas pela oposição.

“Congratulamo-nos com a libertação de 76 adolescentes - Guárico (8), Barinas (8), Lara (8), Bolívar (3), Táchira (13), Portuguesa (5), Yaracuy (1) e Caracas (30) - que foram detidos após os protestos de 29 de julho”, publicou o grupo nas suas redes sociais.

“No entanto, rejeitamos veementemente que estes jovens tenham sido privados da sua liberdade por defenderem a sua forma de pensar, e que eles e as suas famílias tenham tido de viver dias de angústia e dor”, acrescentou.

A ONG denunciou “que os menores foram sujeitos a detenções arbitrárias e abusos no contexto do seu direito de protesto pacífico” e exigiu a “libertação imediata” dos adolescentes que ainda continuam detidos.

“Apelamos às autoridades para que assegurem o respeito pelos direitos de todos os menores ainda sob a sua custódia, garantindo o seu bem-estar e proteção. A defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes deve ser uma prioridade”, sublinhou.

A 29 de agosto, foram também libertados outros 16 adolescentes detidos durante os protestos. Até sábado, a Fórum Penal contabilizava 1.780 detenções desde 29 de julho, incluindo 1.550 homens e 230 mulheres, com 114 adolescentes na lista.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi alvo.

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