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Ucrânia: Rússia acusada de enviar prisioneiros africanos para a frente de combate

JM-Madeira

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Data de publicação
15 Novembro 2022
14:45

A Ucrânia acusou hoje a Rússia de enviar prisioneiros africanos no país para a frente de guerra, após um estudante zambiano morrer em combate, enquanto alegadamente cumpria pena numa prisão perto da capital russa.

"Putin está a enviar cidadãos africanos presos na Rússia para a guerra na Ucrânia", denunciou na rede social Twitter o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko.

Na segunda-feira, a Zâmbia anunciou a morte de um dos seus cidadãos, Lemekhani Nathan Nyirenda, de 23 anos, "que morreu em 22 de setembro de 2022 na Ucrânia", enquanto deveria estar preso numa prisão na Rússia.

A Zâmbia disse que pediu à Rússia uma explicação "sobre as circunstâncias em que um cidadão zambiano, que cumpria pena de prisão em Moscovo, poderia ter sido recrutado para lutar na Ucrânia e ter perdido a vida".

"Estamos no processo de esclarecer essa questão (...), claro, esclarecendo todas as circunstâncias", afirmou o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov, segundo a agência de notícias estatal Ria Novosti.

"Os africanos não devem morrer pelas ambições imperiais doentias de Putin", frisou Nikolenko, na terça-feira.

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigojine, com fama de ser próximo de Vladimir Putin, é acusado pela Ucrânia de enviar milhares de combatentes recrutados diretamente das prisões russas para a frente de combate, contra promessas de um grande salário e um perdão.

Lemekhani Nathan Nyirenda foi considerado culpado de violar a lei russa em abril de 2020, de acordo com o Governo da Zâmbia, que não deu mais detalhes na segunda-feira sobre o caso.

Este estudante de engenharia nuclear foi condenado a nove anos e seis meses de prisão e estava a cumprir a pena numa prisão de segurança média nos arredores de Moscovo.

Muitos prisioneiros de guerra capturados pelas forças russas e ucranianas, como parte do conflito na Ucrânia, estão a ser submetidos a tortura e maus-tratos, incluindo choques elétricos, alertou hoje a Organização das Nações Unidas.

Lusa

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