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Ucrânia: EUA dizem ser improvável Kiev expulsar forças russas no curto prazo

JM-Madeira

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Data de publicação
16 Novembro 2022
21:11

Os Estados Unidos admitiram hoje que é improvável, no curto prazo, que a Ucrânia seja capaz de expulsar as forças russas dos territórios ocupados por Moscovo, incluindo a Crimeia.

"A probabilidade de uma vitória militar ucraniana, expulsando os russos de toda a Ucrânia, incluindo a Crimeia, a probabilidade de isso acontecer em breve não é muito alta, militarmente", comentou o chefe do Estado-Maior dos EUA, general Mark Milley, durante uma conferência de imprensa, ao lado do secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.

Milley classificou ainda como "crime de guerra" os ataques com mísseis russos que atingiram infraestruturas elétricas na Ucrânia, na terça-feira.

"Alvejar deliberadamente a rede elétrica civil, causando danos colaterais excessivos e sofrimento desnecessário à população civil, é um crime de guerra", acusou o general.

A Rússia realizou ataques maciços sobre as infraestruturas civis ucranianas, em todo o país, na terça-feira, inclusivamente perto da fronteira com a Polónia, deixando milhões de casas sem energia, segundo Kiev.

Milley disse que cerca de um quarto da população ucraniana tinha ficado sem acesso a energia, devido aos ataques de mísseis lançados pelas forças russas e que estimou terem sido entre 60 e 90.

Citando os múltiplos fracassos das forças russas, incluindo a recente retirada da cidade de Kherson, o general norte-americano lamentou que Moscovo tenha decidido realizar "uma campanha de terror".

"Falharam os seus objetivos estratégicos e agora estão a falhar operacional e taticamente", concluiu Milley.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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