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Síria: Confrontos entre autoridades e manifestantes alauitas fazem dois mortos

Data de publicação
28 Dezembro 2025
15:07

Confrontos entre forças de segurança e manifestantes alauitas fizeram dois mortos na cidade costeira de Latakia, na Síria, informou a AFP citando o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, e uma fonte médica da região.

As manifestações, organizadas após um ataque mortal ocorrido na sexta-feira em Homs, contra a mesquita Ali Bin Abi Talib, frequentada pela comunidade muçulmana alauita, tornaram-se violentas este domingo, com confrontos entre as forças de segurança e participantes no protesto.

Um hospital da região recebeu dois corpos, segundo fonte médica também citada pela AFP.

As autoridades não confirmaram ter aberto fogo sobre os manifestantes, mas afirmaram ter “controlado a situação” e acusaram os apoiantes do ex-presidente Bashar al-Assad, pertencente à minoria alauita, de atacar as forças de segurança.

Os milhares de pessoas que hoje saíram à rua exigiam o fim da violência contra a comunidade alauita, após o ataque que fez oito mortos em Homs, no centro da Síria.

“Assad saiu do poder e nós não apoiamos Assad... Porquê este massacre?”, questionou Numeir Ramadan, um comerciante de 48 anos à AFP.

“Porque é que estes ataques aleatórios estão a acontecer, sem qualquer dissuasão, responsabilização ou supervisão?”, acrescentou.

Além de Latakia, também ocorreram confrontos em Homs, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que reportou vários feridos com base em informação proveniente da sua rede de contactos na região.

Entretanto, o presidente do Conselho Supremo Islâmico Alauita na Síria e no exterior, Sheik Ghazal Ghazal, condenou uma “violação flagrante” da liberdade de expressão, denunciou a “opressão” do novo regime sírio e recomendou aos manifestantes que regressassem a casa, através do Facebook.

O grupo radical sunita Saraya Ansar al-Sunna reivindicou o ataque de sexta-feira através da rede social Telegram, prometendo continuar os ataques contra “infiéis e apóstatas”.

O Saraya Ansar al-Sunna já tinha reivindicado a autoria de um atentado suicida numa igreja em Damasco, em junho de 2015.

As origens deste grupo são ainda pouco claras, admitindo-se como hipóteses ligações ao Estado Islâmico, sabendo-se porém que usa um discurso abertamente jihadista e contra as minorias religiosas sírias, sobretudo as de base xiita.

Em março, massacres na costa da Síria fizeram mais de 1.700 mortos, na maioria alauitas, após confrontos entre as forças de segurança e apoiantes de Bashar al-Assad, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Uma comissão nacional de inquérito documentou pelo menos 1.426 mortes, na maioria civis.

No protesto de hoje, os manifestantes exigiram também a libertação de todos os detidos da comunidade alauita. Segundo a televisão estatal síria, 70 prisioneiros foram já libertados há dois dias, “depois de se ter provado que não estavam envolvidos em crimes de guerra”.

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