O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, prestou hoje homenagem, em Guernica, às vítimas do bombardeamento nazi de 1937, tornando-se o primeiro líder alemão a visitar a cidade basca desde o ataque que marcou a Guerra Civil Espanhola.

Na presença do rei Felipe VI, Steinmeier participou numa cerimónia num cemitério local em memória das centenas de civis mortos no ataque destinado a apoiar as tropas do general Francisco Franco.

O chefe de Estado alemão visitou ainda o Museu da Paz, dedicado à memória da tragédia que continua profundamente enraizada na identidade histórica da região do País Basco.

Durante um jantar oficial em Madrid, Steinmeier pediu que “este crime cometido por alemães” não fosse esquecido e sublinhou a “grande responsabilidade” histórica da Alemanha.

No Palácio Real, defendeu que Guernica permanece como símbolo da necessidade de lutar pela paz, pela liberdade e pelos direitos humanos.

Em 1997, o então presidente alemão Roman Herzog reconheceu oficialmente o envolvimento e culpa dos pilotos alemães e apresentou desculpas ao povo espanhol através de uma mensagem lida em Guernica.

Em abril de 1937, cerca de 50 aeronaves lançaram cerca de 30 toneladas de bombas, incluindo incendiárias, sobre a cidade, antes de a população em fuga ser metralhada por caças alemães.

Os historiadores consideram Guernica a primeira cidade completamente destruída por bombardeamentos aéreos, num ataque visto como campo de testes da força aérea alemã e da Legião Condor.

Steinmeier visitou igualmente o Museu Reina Sofía, em Madrid, onde se encontra a obra “Guernica” de Pablo Picasso, símbolo universal da denúncia da guerra e do sofrimento dos civis.

A visita ocorre poucos dias após o 50.º aniversário da morte de Franco, cujo legado continua a dividir profundamente a sociedade espanhola.