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Papa adverte que se Trump cumprir deportações de imigrantes será “uma desgraça”

Data de publicação
19 Janeiro 2025
23:04

O papa Francisco advertiu hoje que se o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprir seu plano de deportações em massa de imigrantes ilegais será “uma desgraça” porque “não é assim que se resolvem as coisas”.

“Isto, se for verdade, será uma desgraça porque fará com que os pobres infelizes que não têm nada paguem a fatura do desequilíbrio”, disse numa entrevista ao programa italiano de televisão “Che tempo che fa” (“Como está o Tempo”, em tradução livre), quando questionado sobre a possibilidade de Trump levar a cabo estas deportações.

“Isso não está certo, não é assim que se resolvem as coisas”, considerou o pontífice argentino, assegurando que não falou com o magnata e presidente eleito com posse marcada para segunda-feira, e recordou que se encontraram durante o seu primeiro mandato no Vaticano.

Na entrevista, voltou a referir a imigração como uma possível solução para o declínio demográfico em países europeus envelhecidos, como a Itália e a Espanha.

“Atualmente, a Itália tem uma idade média de 46 anos. Não se fazem crianças... deixem entrar os imigrantes. Na Albânia, a média de idades é de 23 anos, em Espanha é ainda mais. Têm de resolver este problema. Se não fazem filhos, deixem entrar os imigrantes”, defendeu Francisco.

Para que isto funcione, os imigrantes devem ser “acolhidos, acompanhados, promovidos e integrados”, sustentou.

O papa abordou também a crise no Médio Oriente para agradecer aos mediadores que conseguiram um cessar-fogo na Faixa de Gaza e para defender como “única solução” a criação de dois Estados, um israelita e outro palestiniano.

“A possibilidade existe, e de facto penso que é a única solução. A vontade existe para alguns e não para outros, por isso temos de os convencer com a retórica calma da convicção. A paz é sempre superior à guerra, sempre. Para fazer a paz, perde-se muitas vezes alguma coisa, mas ganha-se mais com a paz do que sem as coisas que se perdem. A paz requer coragem”, afirmou.

Sobre a situação das mulheres na Cúria, Francisco assegurou que o seu papel “é uma questão que tem estado a enraizar-se lentamente. Mas agora são muitas”.

Recentemente, foi nomeada a freira italiana Simona Brambilla como a primeira mulher prefeita na história de um Dicastério, o dedicado à Vida Consagrada e às Sociedades de Vida Consagrada.

“Por exemplo, para eleger os bispos na comissão, há três mulheres que elegem os novos bispos. A vice-presidente do Governatorato do Vaticano, que será governadora em março, é uma freira. No dicastério económico, a vice-presidente é uma freira com duas licenciaturas (...) As mulheres sabem gerir melhor do que nós”, opinou o papa.

Por fim, Francisco garantiu ainda que a batalha contra o flagelo dos abusos “está a avançar” e “está a consolidar-se bem”, embora tenha comentado que “cerca de 40%” dos casos ocorrem na família e nas ruas.

“As crianças estão sempre em risco de serem maltratadas. Temos de lutar muito”, afirmou.

A nível pessoal, o pontífice, que acaba de completar 88 anos, assegurou que o seu braço direito “está bem”, movendo-o em frente à câmara, durante a entrevista, depois da recente queda que sofreu e pela qual ficou temporariamente imobilizado.

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