A Associação de Assistência a Presos Políticos birmanesa (AAPP) acusou hoje a Junta Militar de Myanmar (antiga Birmânia) de, em apenas seis meses, ter condenado à prisão 730 presos políticos, alguns com sentenças de prisão perpétua.
Apesar das condenações a nível internacional e dos apelos para que sejam libertados todos os presos políticos encarcerados após o golpe de Estado de fevereiro de 2021, prosseguem em Myanmar as detenções de ativistas, estudantes, políticos, manifestantes, opositores e jornalistas.
A AAPP assinalou em comunicado que estas pessoas foram condenadas "sem qualquer base legal" e referiu-se a 620 homens, 108 mulheres e duas pessoas transgénero detidas.
A ONG também assinalou que 15 deles foram condenados à morte em 2023, num total de 157 pessoas que enfrentam a pena máxima.
Em maio passado, cinco membros da resistência local foram acusados de matar quatro agentes da polícia num comboio em Rangum e condenados à morte por um tribunal militar.
No total, e de acordo com a documentação da AAPP, 54 dos 730 condenados enfrentam uma sentença de prisão perpétua, e desde o golpe de Estado foram detidas cerca de 23.300 pessoas, das quais 19.000 permanecem sob custódia.
Em dezembro passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução na qual exorta a Junta Militar a "libertar de imediato os presos detidos arbitrariamente", incluindo a ex-‘líder de facto’ do país, Aung San Suu Kii, e o ex-presidente Win Myint.
LUSA