O antigo Presidente norte-americano Barack Obama alertou hoje os eleitores democratas que os direitos ao aborto, a segurança social e até a democracia estão em risco caso os republicanos consigam a maioria no Congresso na próxima semana.
"Chorar e lamentar não é uma opção", disse na Pensilvânia o antigo Presidente, que se envolveu na campanha com o objetivo de ajudar os Democratas, que detêm a Casa Branca, a vencer também as eleições intercalares nos Estados Unidos.
"Na terça-feira, vamos garantir que o nosso país não recue 50 anos (…) a única maneira de salvar a democracia é se, juntos, lutarmos por ela", declarou Obama, orador principal neste ato perante centenas de eleitores em Pittsburgh.
O antigo Presidente rumou ao estado da Pensilvânia em campanha pelos candidatos democratas ao Senado, John Fetterman, e a governador estadual, Josh Shapiro.
A Pensilvânia é um estado fundamental para determinar o controlo do Senado e é uma das poucas oportunidades dos democratas para 'roubar' um lugar republicano na noite de 08 de novembro.
Os democratas estão preocupados com as suas estreitas maiorias na Câmara de Representantes e no Senado, à medida que os eleitores contestam a liderança do Presidente Joe Biden, no meio da crescente inflação, das preocupações com o crime e do pessimismo sobre a direção do país.
A história sugere que os democratas, como partido à frente da administração norte-americana, podem sofrer perdas significativas nas intercalares.
Obama reconheceu que os eleitores estão ansiosos depois de sofrerem "alguns momentos difíceis" nos últimos anos, citando a pandemia, o aumento do crime e a inflação crescente.
"Os republicanos gostam de falar sobre isso, mas qual é a sua resposta, qual é a sua política económica?", perguntou Obama, acusando-os de quererem "acabar com a segurança social" e com o sistema de saúde e de quererem "dar aos ricos e às grandes empresas mais reduções de impostos."
Obama fez campanha nos últimos dias na Geórgia, Michigan, Wisconsin, Nevada e Arizona.
As eleições intercalares norte-americanas, a 08 de novembro, determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.
Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.
As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.
Lusa