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Modelo de IA gerou hipótese sobre cancro depois confirmada em experiência

Data de publicação
16 Outubro 2025
8:13

Um modelo de inteligência artificial (IA) gerou uma hipótese sobre o comportamento das células cancerígenas, posteriormente confirmada numa experiência com células vivas, divulgou na quarta-feira a Google, considerando a investigação um marco para a ciência.

O modelo, denominado Cell2Sentence-Scale 27b (C2S-Scale), faz parte de uma colaboração com a Universidade de Yale e baseia-se na família Gemma de modelos abertos.

A Google explicou, em comunicado, que o modelo tem 27 mil milhões de parâmetros e representa “uma nova fronteira na análise de células individuais”.

“O C2S-Scale gerou uma nova hipótese sobre o comportamento das células cancerígenas e, desde então, confirmámos a sua previsão com validação experimental em células vivas. Esta descoberta revela um novo caminho promissor para o desenvolvimento de terapias para combater o cancro”, detalhou.

O CEO da Google, Sundar Pichai, destacou a notícia na rede social X e realçou que este potencial está sujeito a “mais testes clínicos e pré-clínicos”.

Por isso, a empresa decidiu partilhar o modelo e outros recursos com os investigadores das plataformas HuggingFace e GitHub.

O objetivo era encontrar um medicamento que impedisse que alguns tumores se tornassem invisíveis para o sistema imunitário e os obrigasse a exibir sinais que desencadeiem uma resposta imunitária através do processo de “apresentação de antigénios”, o que representa um desafio para a imunoterapia contra o cancro.

De acordo com a nota, assinada por cientistas da Google Deepmind e da Google Research, o modelo C2S-Scale foi capaz de gerar uma hipótese nova e testável, em vez de “repetir factos conhecidos”, sobre um inibidor da quinase CK2 chamado silmitasertib (CX-4945).

“Embora a CK2 esteja envolvida em muitas funções celulares, incluindo como moduladora do sistema imunitário, nenhum estudo relatou que a inibição da CK2 com silmitasertib aumenta explicitamente a apresentação de antigénios”, destacou a Google no comunicado.

Cientistas da Google testaram em laboratório uma combinação de silmitasertib e uma dose baixa de interferão (interferon), uma proteína de sinalização do sistema imunitário, “o que resultou num aumento de 50% na apresentação de antigénios, o que tornaria o tumor mais visível ao sistema imunitário”.

“A previsão in silico (computacional) do modelo foi confirmada várias vezes in vitro (em laboratório)”, destacaram os cientistas no comunicado, sublinhando que este “primeiro passo inicial” suportado pela IA pode levar ao desenvolvimento de novas terapias combinadas de medicamentos que alcancem um “efeito mais robusto”.

A Google observou que os investigadores de Yale estão agora a explorar o “mecanismo descoberto e a testar previsões adicionais geradas pela IA noutros contextos imunológicos”.

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