Milhares de pessoas foram para as ruas de Itaewon, em Seul, para lembrar as 156 vítimas dos festejos do Halloween e para protestar contra as autoridades, que responsabilizam pela tragédia.
Os manifestantes marcharam com velas e faixas pretas para se concentrar nas vigílias convocadas em sete partes da cidade, relata a BBC.
As autoridades anunciaram uma investigação sobre os acontecimentos de sábado passado.
A Polícia Nacional e o presidente Yoon Suk Yeol pediram desculpas pelo incidente e prometeram melhorar as medidas de segurança para futuras ocasiões.
Contudo, essa resposta não tem sido suficiente para uma população indignada com o ocorrido.
O evento de hoje com mais manifestantes registou-se junto à Câmara Municipal pela Acción de Velas, com uma aliança de organizações progressistas que já havia convocado protestos contra o presidente Yoon, antes mesmo da tragédia de Itaewon.
Dezenas de milhares de pessoas encheram as ruas com faixas pretas com 'slogans' como "Resignação é uma expressão de condolências" dirigidas diretamente a Yoon.
Os oradores criticaram o Governo acompanhados de canções de luto e orações de monges budistas.
"O Governo tem uma responsabilidade óbvia, mas procura os responsáveis entre organizações irrelevantes (...). O Governo não cumpriu a sua função principal", recriminou um dos oradores.
"Renuncie o governo de Yoon Suk Yeol! Renuncie ao governo de Yoon Suk Yeol!", gritou a multidão em resposta.
Cerca de 200 pessoas convocadas por partidos políticos reuniram-se no local do acidente e exibiram faixas com slogans como "Às 18:34 o país não estava lá", referindo-se ao horário da primeira chamada recebida pelo serviço de emergência, horas antes da avalanche humana.
Após um minuto de silêncio, marcharam pelo beco da tragédia carregando crisântemos, a flor do luto na cultura coreana.
"Poderíamos ter salvado as vítimas. O governo deve reconhecer a sua responsabilidade", dizia uma das faixas.
O acidente de sábado passado aconteceu depois de cerca de 100 mil pessoas, na maioria jovens, vestidas para o Halloween, terem convergido para Itaewon, uma zona de bares e discotecas num labirinto de vielas estreitas e íngremes ao longo de uma avenida principal de Seul.
Segundo as autoridades, as pessoas terão sido esmagadas até à morte, depois de uma grande multidão ter começado a avançar num beco estreito perto do Hotel Hamilton.
O Halloween não é um ato organizado por um órgão específico, como um festival, um concerto, um evento desportivo ou uma manifestação, e, portanto, a lei na Coreia do Sul não obriga a estabelecer um plano de medidas de segurança ou protocolos com as forças de segurança, por antecipação.
Algumas testemunhas descreveram uma completa falta de medidas para canalizar ou controlar a multidão.
Lusa