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Marcha de nacionalistas israleitas em Jerusalém originou confrontos que acabaram com feridos e detenções

JM-Madeira

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Data de publicação
29 Maio 2022
22:39

Uma marcha de milhares de nacionalistas hoje em Jerusalém provocou confrontos e terminou com os palestinianos a afirmarem que 62 pessoas ficaram feridas, enquanto a polícia israelita anunciou 50 detenções e cinco feridos entre os seus elementos.

Na frente da marcha houve pequenas brigas entre nacionalistas israelitas e palestinianos, que atiraram cadeiras e garrafas e gritaram "Deus é grande" para os manifestantes.

Por sua vez, alguns manifestantes atiraram ‘gás pimenta’ sobre os palestinianos e jornalistas, segundo relatou a agência de notícias Associated Press (AP).

Num vídeo partilhado nas redes sociais, via-se também um jovem judeu a empurrar e a pulverizar o rosto de uma mulher palestina mais velha, fazendo-a cair no chão.

Ainda segundo a AP, a polícia também disparou balas de borracha, usou cassetetes e ‘gás pimenta’ para dispersar os manifestantes palestinianos.

De acordo com números do serviço de resgate do Crescente Vermelho Palestiniano, 62 pessoas ficaram feridas, incluindo 23 que precisaram de hospitalização.

A polícia israelita disse, por outro lado, que prendeu mais de 50 suspeitos por conduta desordeira ou agressões às autoridades policiais, assinalando ainda que cinco agentes ficaram feridos.

Antes da marcha, o primeiro-ministro, Naftali Bennett, disse que "arvorar a bandeira de Israel na capital de Israel é uma coisa óbvia", mas também pediu aos participantes na marcha para que participasse de "maneira responsável e respeitosa".

Mais tarde, Bennett emitiu um comunicado instruindo a polícia a não mostrar "nenhuma tolerância" em relação aos grupos racistas.

O ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, chamou os grupos racistas de "uma desgraça".

Milhares de nacionalistas israelitas, alguns deles entoando cânticos como "morte aos árabes", desfilaram hoje no centro da principal via palestiniana na Cidade Velha de Jerusalém, de acordo com a AP.

Segundo a agência, o conjunto de pessoas era sobretudo composto por jovens homens judeus ortodoxos, que celebravam o Dia de Jerusalém, um feriado israelita que assinala a captura da Cidade Velha na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Os palestinianos consideram o evento, que passa pelo meio do Bairro Muçulmano, como uma provocação, tendo no ano passado gerado confrontos de 11 dias com milícias de Gaza, e a marcha deste ano gerou condenações por parte da Palestina e da vizinha Jordânia.

Israel afirmou que destacou milhares de polícias e forças de segurança para o evento, tendo ocorrido pequenas escaramuças entre grupos judeus e muçulmanos na Cidade Velha antes do início do desfile.

À medida que o desfile começou, vários grupos de judeus ortodoxos reuniram-se fora do Portão de Damasco agitando bandeiras e a cantar músicas religiosas e nacionalistas, como "a nação judaica vive", antes de entrar no Bairro Muçulmano, relatou a AP.

Um grupo grande, segundo a agência, cantou "morte aos árabes" e "deixem a vossa pequena vila arder", antes de entrar na Cidade Velha.

A polícia afastou os palestinianos da zona, que normalmente é uma movimentada área muçulmana, e a certo ponto um drone com a bandeira da Palestina sobrevoou o local, referiu ainda a agência.

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